O PRECONCEITO RACIAL E O TRAUMA DA ESCRAVIDÃO NO DISCURSO LITERÁRIO DE LÚÍS SILVA EM SUA OBRA NEGROS EM CONTOS (1996)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/aguaviva.v4i3.25560

Palavras-chave:

Cuti. Preconceito; Afrodescendentes. Intolerância.

Resumo

O presente estudo destina-se a analisar a obra Negros em Contos (1996), do autor afro-brasileiro Luiz Silva, cujo pseudônimo literário é Cuti, expondo o discurso de manifestações preconceituosas e traumáticas que suas narrações apresentam, demarcando momentos e situações de grande representatividade para a literatura afro-brasileira. Para essa análise utiliza-se, entre outros, elementos conceituais oriundos da teoria do trauma, em uma tarefa investigativa que confronta algumas obras que contenham o mesmo viés de sua escrita, com foco na problematização de uma população marginalizada, subestimada e humilhada. A pesquisa será realizada através de método bibliográfico, investigando fontes através de seu conteúdo conteúdo histórico, cultural, social e étnico a fim de embasar a fundamentação teórica. A referência a sites e blogs sobre o ainda existente preconceito racial será realizada com o intuito comparativo e investigativo, a fim de observar se os mesmos termos ainda são utilizados para praticar intolerância.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ricardo André Ferreira Martins, Universidade Estadual do Norte do Paraná

Licenciado em Letras Português/Francês pela Universidade Federal do Maranhão/UFMA, (1997). Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP, (2000). Doutor em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas/UNICAMP (2009). Desenvolveu estágio de Pós-doutorado na Universidade Federal de Santa Maria. Detentor de 11 premiações de caráter literário, entre as quais o Prêmio de Ensaio e Crítica Literária da Academia Brasileira de Letras (2012). Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (mestrado e doutorado). Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, Historiografia Literária, Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa, atuando principalmente nos seguintes temas: poesia, literatura brasileira dos séculos XIX e XX, cânone literário, história literária, teoria e crítica literária. Atualmente é Professor Adjunto de Literatura Brasileira do Colegiado de Letras no campus de Jacarezinho da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

Luciana Brito, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000), mestrado em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2003) e doutorado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2008). Atualmente é docente do Centro de Letras, Comunicação e Artes da UENP e coordenadora de dois Grupos de Pesquisa com registro no CNPQ. Também atua como docente do Programa de Pós-Graduação em Letras da UEL. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária e Literatura Comparada, atuando principalmente nos seguintes temas: teoria do romance, cânone, memória, historiografia literária, crítica literária, análise de textos literários, imprensa literária, literatura italiana e teatro.

Marcela da Silva, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)

Graduada em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), Campus de Jacarezinho.

Referências

ADORNO, Theodor et al. The authoritarian personality. New York: Harper and Brothers, 1950.
ARRAES, Jarid. A carne mais exótica do mercado. Blogueiras negras. Disponível em: <http://blogueirasnegras.org/2013/07/22/a-carne-mais-exotica-do-mercado/> Acesso em: 25/09/2017.
BARROS, Luiza. Pela primeira vez no Brasil, buscas no Google por cabelo cacheado superam as por cabelo liso. In: O Globo. 8 de agosto de 2017. Disponível em: https://oglobo.globo.com/ela/beleza/pela-primeira-vez-no-brasil-buscas-no-google-por-cabelo-cacheado-superam-as-por-cabelo-liso-21683014. Acesso em 28/09/17.
BENJAMIN, Walter. Reflexões: a criança, o brinquedo, a educação. Trad. Marcus Mazzari. São Paulo: Summus, 1985.
____. Conto e cura. In: ____. Rua de mão única. Trad. Rubens Torres Filho e José Carlos Martins Barbosa. São Paulo: Brasiliense, 1987. Vol. II.
BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense, 1988.
____. Negritude e literatura na América Latina. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1987.
BOSI, Alfredo. A escrita e os excluídos. In: ____. Literatura e resistência. São Paulo: Ática, 2002.p. 257- 269.
CLEAVER, Kathleen. RBG-Why we wear our hair like this 1968, Kathlen Cleaver of the BPP Breaks it Down. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SUdHf6nqL9U. Acesso em 24 de maio de 2017.
CONGRESSO BRASILEIRO DE EUGENIA. Rio de Janeiro, 1929. Actas e trabalhos. Rio de Janeiro: s. n., 1929. v.1. 342 p.
DUARTE, Eduardo Assis. Mulheres marcadas: literatura, gênero, etnicidade. In: Terra roxa e outras terras - Revista de estudos literários, Vol. 17, 2009.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Scripta. Belo Horizonte, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2009.
FARIAS, Mabel. Infância e educação no Brasil nascente. In: VASCONCELLOS, Vera Maria Ramos de (Org.). Educação da infância: história e política. Rio de Janeiro: DP&A, 2005, p. 33-48.
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Trad. Renato Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
FIGUEIREDO, Eurídice; GONÇALVES, Ana Beatriz Rodrigues; PESSANHA, Márcia de Jesus; CAMPOS, Maria Consuelo. Negritude, negrismo, literaturas afrodescendentes. In: FI-GUEIREDO, Eurídice. Conceitos de literatura e cultura. 2a. ed. Rio de Janeiro: EdUFF, 2010, p. 313- 339.
FIGUEIREDO, Isabela. Caderno de memórias coloniais. 4a. ed. Coimbra: AngelusNovus, 2010.
FREUD, Sigmund. Fixação em traumas: o inconsciente. In:____. Obras psicológicas comple-tas. Trad. José Luis Meurer. Rio de Janeiro: Imago, 1976. Vol. XVI.
FREYRE, Gilberto. Casa-grande e senzala. Rio de Janeiro: José Olympio, 1961.
____. Ordem e progresso. 3. Ed. Rio de Janeiro, 1974.
GOMES, Nilma Lino. Educação cidadã, etnia e raça: o trato pedagógico da diversidade: In: CAVALLEIRO, Eliane. Racismo e anti-racismo na educação: repensando nossa escola. São Paulo: São Luiz, 2001.
____. Sem perder a raiz: corpo e cabelo como símbolos da identidade negra. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2008.
KHEL, Renato; LOBATO, Monteiro. Eugenia e medicina social. São Paulo: Livraria Fran-cisco Alves, 1920.
____. Lições de eugenia. Rio de Janeiro: Canton&Reile, 1935.
KLOPPENBURG, Boaventura. Ensaio de uma nova posição pastoral perante a umbanda. Revista Eclesiástica Brasileira, 1968, pp. 825-831.
LOBATO, Monteiro. Negrinha. 7a. ed. São Paulo. Brasiliense, 1956.
LOBO, Luiza. Crítica sem juízo. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1993. 2 ed. revista Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
MARIANO, Ricardo. Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. São Paulo: Loyola, 1999.
MOUTINHO, Laura. "Raça", sexualidade e gênero na construção da identidade nacio-nal: uma comparação entre Brasil e África do Sul. Cadernos Pagu [online]. 2004, n.23, pp.55-88.
PASSOS, Walter. Escravidão e reprodução: a mulher preta e o estupro. Disponível em <http:/cnncba.blospot.com.br/2014/06/escravidão-e-reproducao-mulher-preta-e.html/> Acesso em: 25/09/2017 às 18h20min.
PINHEIRO, Paulo Sérgio. Autoritarismo e transição. Revista USP, São Paulo 9 (mar.-mai.,1991): 168-79.
PINTO, Neusa Baptista. Cabelo ruim? Ilustrações de Nara Silver. Cuiabá: Tanta Tinta, 2007.
BEGUOCI, Leandro. Porque chamar negro de macaco é racismo? 07 de setembro de 2014. Geledés. Disponível em: https://por-que-chamar-negro-de-macaco-e-racismo/. Acesso em 17/09/2017.
RIBEIRO, Weudson. A hipersexualização do corpo do homem negro, a face “aceita” do ra-cismo. Socialista morena. Jornalismo anticapitalista. 30 de abril de 2017. Disponível em: http://www.socialistamorena.com.br/a-hipersexualizacao-do-corpo-do-homem-negro/. Acesso em 17/09/2017.
RAMOS, Arthur. O negro brasileiro. Rio de Janeiro: Grafhia, 2001.
RUFATTO, Luiz. Questão de pele. Rio de Janeiro: Língua Geral , 2009.
SILVA, Luís. Negros em contos. Belo Horizonte: Mazza Edições, 1996.
TAYLOR, Charles. Multiculturalisme. Différence et démocratie. Paris: Flammarion, 1994.
TELLES, Edward Eric. Racismo à brasileira: uma nova perspectiva sociológica. Michigan: Relume Dumará, 2008.

Downloads

Publicado

2019-12-31

Como Citar

FERREIRA MARTINS, Ricardo André; BRITO, Luciana; DA SILVA, Marcela. O PRECONCEITO RACIAL E O TRAUMA DA ESCRAVIDÃO NO DISCURSO LITERÁRIO DE LÚÍS SILVA EM SUA OBRA NEGROS EM CONTOS (1996). Revista Água Viva, [S. l.], v. 4, n. 3, 2019. DOI: 10.26512/aguaviva.v4i3.25560. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/aguaviva/article/view/25560. Acesso em: 24 abr. 2024.