O MÉTODO DA AIA COMO PROCEDIMENTO: SINAIS DE UM PARADIGMA INDICIÁRIO E DE UMA ESCRITA ASSASSINA NO ROMANCE MEU NOME É VERMELHO
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v5i2.24990Palavras-chave:
Método da aia. Paradigma indiciário. Discurso narrativo. Escrita assassina. Estilo literário.Resumo
O artigo discute o método da aia submerso na diegese do romance Meu nome é vermelho do escritor Orhan Pamuk, e sua relação com o paradigma indiciário abordado pelo historiador Carlo Ginzburg em sua obra histórica. Abordamos como esse método auxilia na revelação da identidade do assassino nos interstícios desse romance, a partir dos sinais, vestígios e rastros deixados na diegese pelo autor dos dois crimes: a morte do miniaturista Elegante Efêndi e do Tio Efêndi. Empenhamos em demonstrar também, como a partir desse método, é possível uma leitura sobre o funcionamento formal dessa obra. Trabalhamos com a seguinte hipótese: a inserção de um estilo historiográfico que faz parte da prática metódica da escrita da história na diegese do romance apresenta-se como uma ironia moderna e como perspicácia do escritor para indicar ao leitor (semiótico) uma maneira dele se aproximar daquele lugar em que a escritura romanesca deposita a sua forma: o discurso narrativo. Abordaremos ainda o que estamos chamando de escrita assassina, a partir das leituras de Roland Barthes e Maurice Blanchot, que argumentam que o escritor escreve para morrer em sua obra, e assim validar sua permanência na memória de literatura.
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