O ESTADO DE EXCEÇÃO E O ESTADO DE GRAÇA
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v3i3.16895Palavras-chave:
Máquina de guerra; Máquina antropocêntrica; Clarice Lispector; Inumano; Língua da resistência.Resumo
Analisada como máquina de guerra e de esgarçamento dos limites da linguagem, a literatura do devir (Deleuze) inventa estratégias para vingar uma língua da resistência do inumano (Lyotard). Com a invenção de uma pronominalidade neutra em Água viva (o it) e em Paixão Segundo G.H. (a massa branca da barata), Clarice Lispector cava na literatura dispositivos menores, capazes de potencializar uma sintaxe animal na escritura e libertar-se do modo frásico onde se estabelece a Ideia antropocêntrica.
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