ECOS DA MIGRAÇÃO ”“ A QUESTÃO DA REPRESENTAÇÃO DO MIGRANTE EM ROMANCES DA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA
DOI:
https://doi.org/10.26512/aguaviva.v1i1.10762Palavras-chave:
Narrativas Ficcionais sobre Imigração, Literatura Brasileira Contemporânea, Luiz Ruffato, Mamma, Son Tanto Felice.Resumo
No presente trabalho nos propusemos estudar a obra literária Inferno provisório volume 1: Mamma, son tanto felice, de Luiz Ruffato, observando a forma como o autor tratou a temática da imigração e de que forma compôs seu texto para representar a identidade dos imigrantes e de seus descendentes. Ao passo que procuramos entender as técnicas de construção e as estruturas usadas que permitem classificar a obra no contexto da produção contemporânea. Para tanto, usamos o referencial teórico dos estudos em pósmodernidade das ciências sociais, bem como o da crítica literária. Assim, para entender a estrutura da obra, em um primeiro momento, propusemos a ideia de “romance líquido” (baseada no conceito de modernidade líquida [BAUMAN, 2001]). E num segundo momento, abordamos o texto da obra propriamente dito, analisando cada uma das seis “histórias” (RUFFATO, 2005: p. 171) que compõem o que entendemos como a macro-história do livro, destacando os trechos nos quais aparecem referências aos imigrantes. Destarte, observamos que diferentemente das narrativas tradicionais sobre a vida de imigrantes, as quais constroem, para estes, uma identidade próxima à de herois conquistadores, a obra em questão retrata outra visão, muito mais crua e dessacralizada, sobre a imigração. O imigrante de Ruffato é um ser, que expulso por motivos econômicos de seu lugar de origem, parte em busca da promessa de “fazer a América” (FAUSTO, 1999) e acaba encalhando em uma realidade de nunca conseguir chegar, de nunca pertencer a lugar nenhum, e assim de repetir os mesmos passos nômades sempre procurando algo melhor.
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Referências
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