Inteligência Artificial e (Im)parcialidade nas Decisões Judiciais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/lstr.v16i1.46622

Palavras-chave:

Inteligência Artificial. Discurso. Direito. Imparcialidade. Decisões Judiciais.

Resumo

[Objetivo] O artigo tem como objetivos compreender a relação existente entre Inteligência Artificial, Direito e Discurso (nomeadamente, o utilizado nas decisões judiciais). Para depois analisar de que modo a ingerência da Inteligência Artificial nas decisões judicias poderá garantir a imparcialidade e se essa deverá ser a pretensão.

[Metodologia/Abordagem/Design] O artigo apresenta uma reflexão teórica em torno dos conceitos centrais: Direito, decisões judiciais, imparcialidade e inteligência artificial. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica.

[Resultados] A Inteligência Artificial (IA) é uma realidade atual. Uma tautologia que vem sendo repetida um pouco para que o indivíduo não se esqueça dos desafios que enfrenta em consequência. Assim, os tribunais, as profissões judiciais e o direito como um todo vão sendo confrontados com essa “nova” realidade, quer em formato de desafio, quer de perspetiva das facilidades que a IA traz acopladas. Resta saber, então, o que ficará dos princípios do direito. Se a IA fará a sua interferência em tomadas de decisão judiciária (como já se tem testado), que será do princípio da imparcialidade? E será esse um princípio que se pretenda manter ou até que exista atualmente? O artigo passa por todos esses recantos: a imbricação entre discurso, direito e IA; a imparcialidade e a IA e esta enquanto decisora.

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Biografia do Autor

Ana Melro, Universidade de Aveiro

Doutorada em Informação e Comunicação em Plataformas Digitais (2013) e em Políticas Públicas (2023), ambos pela Universidade de Aveiro. Mestre em Sociologia (2007) e Licenciada em Direito (2020), Gestão (2011) e Sociologia (2004). E-mail: anamelro@ua.pt.

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Publicado

2024-05-21

Como Citar

MELRO, Ana. Inteligência Artificial e (Im)parcialidade nas Decisões Judiciais. Revista de Direito, Estado e Telecomunicações, [S. l.], v. 16, n. 1, p. 127–145, 2024. DOI: 10.26512/lstr.v16i1.46622. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/RDET/article/view/46622. Acesso em: 2 jul. 2024.