Dramaturgia Musical

Variações em Torno de sua Redefinição

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Palavras-chave:

Dramaturgia Musical, Artes em contato, Ópera

Resumo

Historicamente a atração por espetáculos multimidiáticos e sua efetividade multitarefa tem se constituído em impulso para realizações estéticas. Das performances de épicas da Mesopotâmia às instalações de hoje, pode-se bem ouvir e visualizar a concretização do fascínio em torno de diversificados e integrados atos de representação. Dentro da longa tradição de obras dramático-musicais, há uma tradição outra que se apropriou da atividade de propor para uma audiência in situ determinado espetáculo que incide justamente sobre os limites e possibilidades de sua elaboração. Esta outra tradição reflexivo-operacional nos propicia um privilegiado campo de observações para se acompanhar e discutir as dificuldades de integrar som e imagem em uma amplitude multimídia.

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Biografia do Autor

Marcus Mota, Universidade de Brasília

Marcus Mota possui Mestrado em Teoria da Literatura pela Universidade de Brasília (1992), Doutorado em História pela mesma universidade (2002), e Mestrado em Arranjo e Orquestração pela Berklee (2015). Realizou estágio sênior (pós-doutorado) na Universidade de Lisboa, com bolsa Capes entre 2014 e 2015. Atualmente é Professor Associado da Universidade de Brasília, onde dirige o LADI (Laboratório de Dramaturgia e Imaginação Dramática) desde 1998. Ministra aulas no Departamento de Artes Cênicas, no Programa de Pós-Graduação em Arte, no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, e no Programa de Pós-Graduação em Metafísica, todos da Universidade de Brasília. Elaborou roteiro e canções para os musicais Saul (2006),Caliban(2007), David (2012), Sete (2013), Salomôncias (2017). Compôs as seguintes suítes orquestrais: Heliodoriana (2015), Esplanada (2016), Kandinskyanas (2019). Integra o Programa de Pós-graduação em Artes, na UnB, orientando pesquisas de mestrado e doutorado, e o NEC (Núcleo de Estudos Clássicos) na UnB. É líder do Grupo de Pesquisa Mousiké, cadastrado no CNPq desde 2004, ocupando-se de pesquisa sobre a textualidade audiovisual presente em autores da Antiguidade Clássica, como Homero, Heráclito, Ésquilo e Platão, pesquisa que se desdobra na proposição de audiocenas, ou espetáculos dramático-musicais como David (2012) e Sete Contra Tebas(2013). Publicou, entre outros títulos: A dramaturgia musical de Ésquilo (Editora UnB, 2008); Nos Passos de Homero (Annablume, 2013), Imaginação e morte. Ensaios sobre a representação da finitude(Editora UnB, 2014), Dramaturgia: Conceitos, Exercícios e Análises (Editora UnB, 2017), Metafísica, Escrita e Música: Ensaios sobre os fragmentos de Heráclito (Movimento Internacional Lusófono, 2018), e Cenologias: Estudos s sobre teoria e história do teatro, música e cinema (Movimento Internacional Lusófono, 2018) . Publicou ainda ficção em prosa, como nos livros Um homem Só (Chiado Editora, 2014) e Três Histórias Estranhas (Giostri Editora ,2016). Organizou e fez a curadoria de eventos nacionais e internacionais como: A experiência da cena (CCBB-Brasília), em 2006; o I Seminário Internacional de Teoria Teatral/Tour H-T. Lehmann no Brasil, em 2010; o II Seminário Internacional de Teoria Teatral (SBEC/UnB) em 2013; o I Festival Internacional de Teatro Antigo (SBEC/UnB),2013; e o I Seminário Internacional de Artes Integradas (Secretaria de Cultura de Goiânia/UFG/UnB,IFB) em 2013, e o Seminário Internacional Eudoro de Sousa, em 2019. Integra o projeto de pesquisa The Classical Tradition In Portuguese, Lusophone and European Literatures and Cultures, coordenado pela Profa. Marília Futre Pinheiro na Universidade de Lisboa.

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Publicado

2020-03-19

Como Citar

Mota, Marcus. 2020. “Dramaturgia Musical: Variações Em Torno De Sua Redefinição”. Música Em Contexto 13 (2):01-24. https://periodicos.unb.br/index.php/Musica/article/view/30075.

Edição

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Artigos