O processo de territorialização do rótulo e as limitações impostas à agência
Palavras-chave:
interação social, espaço, memória, rotulação, favelasResumo
O objetivo deste texto é relacionar interação, espaço e memória com o fim de pensar o processo de territorialização do rótulo e o contágio entre coletividades. A proposta do texto é que não apenas a relação entre espaço e interação é importante, como também a presença da memória é fundamental para esse processo. São três seções. Na primeira, é estabelecida a relação entre interação social e espaço a partir da teoria de Erving Goffman. Na segunda, o conceito de “memória coletiva” de Maurice Halbwachs e “lugares de memória” de Pierre Nora são importantes para estabelecer a relação entre memória e espaço de modo mais sistemático. Na terceira, há a união das duas seções anteriores para abordar o processo de territorialização do rótulo e o contágio entre coletividades residentes no espaço analisado. Nessa seção, o problema a ser refletido é a rotulação “favelado” e a sua relação com a favela. Nesse contexto, é importante compreender como o processo de sujeição criminal irradia de certa coletividade (“bandidos”) para outra (“moradores”), territorializando-se através de processos sociais amplos, em especial pela relação com o Estado, que contribui para o processo retroalimentar do rótulo. Será dada ênfase às implicações interacionistas, como a criação de expectativas normativas, a dificuldade em gerenciamento de impressões que disso decorre, e o recurso da limpeza moral como uma tentativa de reescrever a própria coletividade e territorialidade no “mundo simbólico”. Também nessa seção, as formulações de Anthony Giddens sobre o poder são apresentadas com o fim de relacionar melhor tal categoria ao problema central e não passar como residual.
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