A circulação dos textos literários das mulheres negras no Brasil entre o período de 1860 a 1920:
um estudo da trajetória de Maria Firmina dos Reis
Resumo
O objetivo deste artigo consiste em discutir o processo de consagração e circulação de texto de escritoras negras, em particular, Maria Firmina dos Reis, a partir do conceito de interseccionalidade, cunhado por Davis (2016) e de Trajetória Social, pensado por Bourdieu (1996 e 2003). A invisibilidade que as escritoras negras vivem suas experiências é bastante marcante quando observamos o campo literário brasileiro, o pouco reconhecimento e a consagração da atuação delas. Neste aspecto, percebemos que estudar mulheres negras, como destaca bell hoolks (1995), sem pontuar as suas trajetórias é uma falha metodológica, já que seus escritos trazem um fenômeno descrito por Conceição Evaristo como ‘escrevivências’. A metodologia deste trabalho consiste em analisar a construção das instâncias legitimadoras que proporcionaram a legitimação de Maria Firmina, ainda que tardia, conectando às suas questões emocionais aliadas à construção de suas narrativas.
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