A CONFLITUALIDADE PARA ALÉM DA DEMARCAÇÃO O CAMPESINATO INDÍGENA NA ATUAL CONJUNTURA DA POLÍTICA INDIGENISTA NO BRASIL

Conteúdo do artigo principal

Avelar Araujo SANTOS JUNIOR
Guiomar Inez GERMANI

Resumo

Desde a criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em 1910, à atual estrutura organizacional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), percebe-se que os parâmetros normativos dos modelos de controle tutelar adotados pelas agências indigenistas oficiais têm sido atualizados a partir dos arranjos sócio-político-econômicos intrínsecos à etapa de monopolização do território pelo capital. A reprodução ampliada deste processo tem constrangido o potencial autogestionário e a autonomia dos povos indígenas2
, intensificando o processo civilizatório que, há mais de cinco séculos, acometem esses povos originários intensificando os riscos às suas reproduções sociais e à conservação dos seus territórios tradicionais. Por conseguinte, constatase a crescente dependência desses grupos sociais às políticas públicas e relações de mercado que, amiúde, destoam dos seus reais interesses e que não dão conta, sequer, da mitigação dos seus problemas cotidianos mais elementares, repercutindo diretamente no adensamento dos
inúmeros conflitos locais em suas reverberações multiescalares.


*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Detalhes do artigo

Como Citar
SANTOS JUNIOR, A. A., & GERMANI, G. I. (2013). A CONFLITUALIDADE PARA ALÉM DA DEMARCAÇÃO: O CAMPESINATO INDÍGENA NA ATUAL CONJUNTURA DA POLÍTICA INDIGENISTA NO BRASIL. BOLETIM DATALUTA, 6(71). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/BD/article/view/54014
Seção
Artigos

Referências

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Terra de quilombos, terras indígenas, “babaçuais livres”, “castanhais do povo”, faxinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Coleção “Tradição & Ordenamento Jurídico”, Manaus: PPGSCA-UFAM, 2006.

AZEVEDO, Sérgio de. Federalismo e reforma do Estado: resultados preliminares de Pesquisa. Disponível em:<http://egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/26176-26178-1-PB.pdf> Acessado em: 12 fev 2013.

CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. A sociologia do Brasil indígena. Rio de Janeiro, RJ: Editora Universidade de Brasília, 1978.

CARVALHO, Edgar de Assis. Pauperização e Indianidade. In: JUNQUEIRA, Carmen & CARVALHO, Edgar de Assis. Antropologia e Indigenismo na América Latina. São Paulo: Cortez, 1981.

CHAYANOV, Alexander V. Sobre a teoria dos sistemas econômicos não capitalistas. In: GRAZIANO DA SILVA, José; STOLCKE, Verena (Org.). A questão agrária.. São Paulo: Brasiliense, 1981.

CIMI, Conselho Indigenista Missionário. Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil – dados de 2011. Disponível em: <http://www.cimi.org.br/pub/CNBB/Relat.pdf> Acesso em: 27 mai 2013.

___________. Relatório Violência contra os povos indígenas no Brasil – dados de 2012. Disponível em: < http://www.cimi.org.br/pub/viol/viol2012.pdf> Acesso em: 27 ago 2013.

HAESBAERT, Rogério. Da desterritorialização à multiterritorialidade. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina, Universidade de São Paulo, 2005.

IANNI, Octávio. A utopia camponesa. Camponeses brasileiros: leituras e interpretações clássicas. Organização Clifford Andrew Welch [et al.].V.1, São Paulo: Editora UNESP, 2009.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010: Terras Indígenas. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/terrasindigenas/>. Acessado em: 27 jun 2013.

ISA, Instituto Socioambiental. Quadro das demarcações das terras no Brasil nos últimos seis governos federais. Disponível em: <http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/demarcacoes-nosultimos-governos>. Acessado em: 28 mai 2013.

ISOLDI, Isabel Araújo & SILVA, Clayton Luiz da. O espaço territorial como referência para a construção da cidadania: uma reflexão geográfica introdutória sobre o problema das demarcações de terras de populações “remanescentes”. Ateliê Geográfico Goiânia. Goiâna, GO: V. 1, n. 6,

, pp. 20-34.

LADOUCEUR, Micheline. As empresas petroleiras e o assalto às terras indígenas na América Latina: os megaprojetos de gasoduto no Brasil e na Bolívia. In: ALMEIDA, Maria Geralda de & RATTS, Alecsandro JP. Geografia: leituras culturais. Goiânia, GO: Alternativa, 2003.

LIMA, Antonio Carlos de Souza & BARROSO-HOFFMAN, M. (Orgs.). Etnodesenvolvimento e políticas públicas: bases para uma nova política indigenista. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria / LACED, 2002.

MALAGODI, Edgard. Marx e os camponeses russos. Campina Grande: Revista Raízes, Vol. 24, nº 01 e 02, 2005.

MARQUES, Marta Inez Medeiros. A atualidade do uso do conceito de camponês. Revista NERA Presidente Prudente Ano 11, nº. 12, 2008.

MARTINS, José de Souza. O Cativeiro da Terra. 3. ed. São Paulo: Ciências Humanas, 1986.

MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. Livro Terceiro: o processo global de produção capitalista. Volume 6. Tradução Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

___________. O capital: crítica da economia política. Livro Primeiro: o processo de produção do capital. Volume 2. Tradução Reginaldo Sant’Anna. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.

OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de. O campo brasileiro no final dos anos 80. In: João Pedro Stédile (coord.). A questão agrária na década de 90. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 4 edição, 2004.

OLIVEIRA, João Pacheco de. Indigenismo e territorialização: poderes, rotinas e saberes coloniais no Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro, RJ: Contra Capa, 1998.

PORTO GONÇALVES, Carlos Walter. O Latifúndio Genético e a R-existência IndígenoCamponesa. GEOgraphia, Vol. 4, No 8, 2002.

RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. São Paulo, SP: Ática, 1993.

RIBEIRO, Darci. Os índios e a civilização: a integração das populações indígenas no Brasil moderno. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2002.

SANTOS, Sílvio Coelho dos. O índio perante o direito (ensaios). Florianópolis: Editora da UFSC, 1982.

SANTOS JUNIOR, Avelar Araujo. Terra Xokó: um espaço como expressão de um povo. Aracaju: Editora Diário Oficial, 2011.

TEPICHT, Jerzy. Marxisme et agriculure: le paysan polonais. Paris: Librairie Armand Colin, 1973.

WOORTMANN, Klaas. O modo de produção doméstico em duas perspectivas: Chayanov e Sahlins. Habitus: Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia da Universidade Católica de Goiás. V. 1, n.1 – Goiânia, GO: Ed. da UCG, 2003.