A CONFLITUALIDADE PARA ALÉM DA DEMARCAÇÃO O CAMPESINATO INDÍGENA NA ATUAL CONJUNTURA DA POLÍTICA INDIGENISTA NO BRASIL
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Resumo
Desde a criação do Serviço de Proteção aos Índios (SPI), em 1910, à atual estrutura organizacional da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), percebe-se que os parâmetros normativos dos modelos de controle tutelar adotados pelas agências indigenistas oficiais têm sido atualizados a partir dos arranjos sócio-político-econômicos intrínsecos à etapa de monopolização do território pelo capital. A reprodução ampliada deste processo tem constrangido o potencial autogestionário e a autonomia dos povos indígenas2
, intensificando o processo civilizatório que, há mais de cinco séculos, acometem esses povos originários intensificando os riscos às suas reproduções sociais e à conservação dos seus territórios tradicionais. Por conseguinte, constatase a crescente dependência desses grupos sociais às políticas públicas e relações de mercado que, amiúde, destoam dos seus reais interesses e que não dão conta, sequer, da mitigação dos seus problemas cotidianos mais elementares, repercutindo diretamente no adensamento dos
inúmeros conflitos locais em suas reverberações multiescalares.
*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.
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Referências
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