TERRITÓRIOS (I)MATERIAIS E AGROECOLOGIA

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Reuel Machado LEITE

Resumo

Utilizando como recurso a análise de duas teses de doutorado em geografia, o presente artigo busca trazer elementos para debatermos os territórios imateriais formados a partir do pensamento agrário e como estes constituem poderes explicativos sobre a agroecologia por meio da ciência geográfica. Portanto, inicialmente debateremos acerca do que seria paradigma e qual o sentido que o estamos empregando aqui, partindo da reflexão de dois autores seminais neste debate: Fleck e Kuhn. O pensamento é algo inerente à natureza humana, bem como a capacidade de se relacionar, produzir espaços e estabelecer relações de poder. Quando os sujeitos engendram um espaço, onde se relacionando em torno de um pensamento, eles podem definir estilos de pensamento (FLECK, 2010) ou paradigmas (KUHN, 2013). Este primeiro autor, Fleck (2010), médico de formação, percebeu que as formulações de conceitos a respeito da sífilis possuíam uma variabilidade ao longo da história que, no seu entender, se explica a partir de fatores socioculturais e históricos, pois são fruto de uma atividade social. Dentro de um coletivo de pensamento ou de uma comunidade científica (termo empregado por Kuhn [2013]), existe um sistema de opinião compartilhado, bem como uma coerção exercida dentro do coletivo, que assegura que seja desenvolvido um estilo de pensamento. Este processo é determinante para a construção de afirmações científicas.


*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.

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Como Citar
LEITE, R. M. (2015). TERRITÓRIOS (I)MATERIAIS E AGROECOLOGIA. BOLETIM DATALUTA, 8(94). Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/BD/article/view/53773
Seção
Artigos

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