ESPAÇO E TERRITÓRIO DO POVO A’UWẼ-XAVANTE: RESISTÊNCIAS E DISPUTAS NA TERRA INDÍGENA SANGRADOURO/VOLTA GRANDE, NO LESTE MATO-GROSSENSE (2020)
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Resumo
O presente artigo é parte das reflexões para a minha pesquisa de mestrado em andamento em diálogo com as discussões e trabalhos desenvolvidos na disciplina Metodologia em Geografia, ministrada pelo Prof. Dr. Bernardo Mançano Fernandes. De forma bastante sucinta, diante da complexidade deste objeto, busco acessar os usos, os entendimentos e as relações espaciais e territoriais do povo Xavante, que se autodenomina A’uwẽ Uptabi, e confrontá-los aos conceitos geográficos de espaço, território e territorialidade em diálogo com leituras antropológicas. Tal análise é realizada no contexto da limitação territorial da Terra Indígena (TI) Sangradouro/Volta Grande, no sudeste de Mato Grosso.
Busco também situar a compreensão da territorialidade a’uwẽ no debate atual da questão territorial indígena no Brasil, no qual o paradigma constitucional da ocupação tradicional das terras por povos indígenas tem sofrido ataques com base na chamada Tese do Marco Temporal e na noção de imemorabilidade da ocupação, como forma de deslegitimar reivindicações por terras.
*Este resumo foi gerado pela equipe editorial a partir de trechos copiados do texto, considerando que no presente momento em que a edição foi publicada a apresentação de resumo não fazia parte das normas da revista.
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