RELAÇÕES ILÍCITAS NA GOVERNAÇÃO DE POPAYÁN: SÉCULO XVIII
Resumo
Em 1796, na cidade de Almaguer, Vicente Ortega foi acusado pelo cruel assassinato de sua esposa Jerónima Munoz, grávida, e também por ser conhecido ladrão de gado. No processo, as testemunhas descrevem como o réu, pretextando levar sua mulher a Mercaderes na Semana Santa, conduziu-a ao riacho Tormento, onde a matou e a esquartejou para retirar o bebê, que batizou, e logo os atirou à água. Acrescentam que o tal Ortega repudiava a esposa porque mantinha relações ilícitas com sua cunhada Manuela Maria Ortega, mulher de Juan Rengifo, que era sua própria irmã por parte de pai. Nenhuma testemunha afirma ter certeza em seus depoimentos, embora todos coincidam em declarar que o caso era conhecido por todos os moradores da jurisdição. O acusado, por sua parte, nega as acusações com argumentos pouco convincentes. Segundo o advogado, "nada resulta contra este réu. Todas as circunstâncias narradas pelas testemunhas foram imaginadas por alguém que escreveu um folhetim e o distribuiu ao público".