Caminhos da memória: parentesco e poder

Autores

  • Letícia Bicalho Canêdo Universidade Estadual de Campinas

Resumo

A duração em política me apareceu como problemática porque, ao contrário da afirmação do ex-deputado Klein Dutra, descobri que os políticos mineiros escreveram sua memória, deixando-a escondida nas dobras de genealogias. Nelas ordenaram sua visão do mundo em listas de casamentos onde a regularidade existente na escolha dos cônjuges e da ocupação profissional indica o domíni o pratico da lógica necessária para garantir a permanência de uma ordem política baseada no poder da burocracia do Estado. Esses políticos deixaram, ainda, acondição dos seus mandatos eletivos registrada nos objetos, isto é, nas estátuas erigidas em honra a seus ancestrais políticos, nos prédios públicos com seus nomes de família gravados e misturados com retratos de antepassados, todos eles cuidadosamente marcados com referências que comprovam a dedicação de cada retratado ao serviço do Estado. E uma memória que se movimenta também nas festas regionais e nacionais, reativada nas comemorações cívicas e populares. Elas exibem e medem a longevidade e a força dos detentores de uma autoridade política, tanto pelo número de citações dos nomes da parentela que se mostra sempre presente, como pelo conjunto dos aliados e afiliados dispostos a prestigiá-los nessas comemorações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Letícia Bicalho Canêdo, Universidade Estadual de Campinas

Doutora em Ciência Política e professora da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

Downloads

Publicado

2011-12-19

Como Citar

Canêdo, L. B. . (2011). Caminhos da memória: parentesco e poder. T.E.X.T.O.S DE H.I.S.T.Ó.R.I.A. Revista Do Programa De Pós-graduação Em História Da UnB., 2(3), 85–122. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/textos/article/view/27652

Edição

Seção

Artigos