A Imprensa de Oposição e a Política Brasileira em Relação ao Paraguai (1869-1875)
Palavras-chave:
Papel da imprensa brasileira no período 1869-1875. Jornal A República. Jornal A Reforma.Resumo
Um dos conflitos mais sangrentos da América Latina, a guerra entre a Tríplice Aliança ””Argentina, Brasil e Uruguai ”” e o Paraguai, e seus antecedentes, tem uma vasta historiografia. Tal não ocorreu quanto aos estudos sobre os anos posteriores a 1870. A disputa entre a Argentina e o Império brasileiro pela hegemonia sobre o Estado guarani, que quase levou os antigos aliados à guerra, mereceu poucos estudos, privilegiando quer o aspecto diplomático, quer a repercussão daquela no parlamento . A política brasileira em relação aos países do Rio da Prata, comandada pelo Gabinete em mãos do Partido Conservador, foi alvo de veemente contestação, no parlamento e na imprensa, pelas oposições liberal e republicana. No entanto, o papel da imprensa, quanto à questão, não mereceu, até agora, maiores cuidados. E objetivo deste artigo contribuir para suprimir tal lacuna, com base na análise dos dois jornais oposicionistas mais significativos do Rio de Janeiro, no período: A Reforma e A República.
A delimitação cronológica entre 1869 e 1875 justifica- se porque no primeiro ano, em janeiro, Assunção foi ocupada pelas tropas brasileiras, após quatro anos de guerra. Ainda porque, meses depois, em agosto, houve o surgimento de um governo provisório paraguaio. Já em fins de 1875, a Argentina e o Paraguai decidiram estabelecer as negociações que, no ano seguinte, levaram à assinatura dos Tratados de Paz e Limites entre os dois países. Assim, nesse ano, o Estado paraguaio no pósguerra teve seu território definido, e houve o fim da tensão nas relações entre Buenos Aires e o país guarani, bem como uma redução na tensão entre a Argentina e o Império.