CRIANÇAS INTERSEXO E CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL: INTERVIR PARA QUE(M)?

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Mots-clés :

Biopolítica, Cirurgia de Redesignação Sexual, Direitos fundamentais, Intersexualidade, Questões de gênero

Résumé

O presente estudo tem como finalidade demonstrar a relação existente entre a decisão dos familiares envolvendo a cirurgia de redesignação sexual de crianças intersexo e os direitos fundamentais da população intersexo. Para isso, será realizada uma análise envolvendo o enfoque patológico despendido pela Medicina ao fenômeno da intersexualidade, com a abordagem da teoria da psiconeutralidade sexual e da Resolução 1.664/2003 do Conselho Federal de Medicina. Posteriormente, a intersexualidade será analisada como fenômeno capaz de afrontar o binarismo e a inteligibilidade de gênero, motivo pelo qual o poder biopolítico precisa ser exercido por meio da Medicina para adequar os corpos intersexo aos padrões binários. No último capítulo, será demonstrado como a abordagem urgencial adotada pelo Conselho Federal de Medicina vulnerabiliza os familiares da criança e vicia seu consentimento. Além disso, a legitimidade dos familiares em fazer escolhas envolvendo o corpo e a sexualidade da criança será debatida, a fim de dar visibilidade aos direitos fundamentais da pessoa intersexo, como o direito à autodeterminação, à identidade e ao reconhecimento. Diante de toda a exposição, pôde-se concluir que a decisão dos familiares envolvendo a cirurgia de redesignação sexual de recém-nascidos intersexo se relaciona diretamente aos direitos fundamentais da população intersexo, de modo a ser necessário o adiamento da deliberação até o momento em que o indivíduo seja capaz de discernir por si só sobre sua identidade sexual. Utilizaram-se como métodos de levantamento de dados a pesquisa indireta bibliográfica e documental. Para realizar a abordagem da pesquisa, utilizou-se o método dedutivo.

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Luiz Geraldo do Carmo Gomes, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)

Bolsista Produtividade em pós-doutoramento Júnior pelo CNPq/FA - Fundação Araucária na UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná (2023/2024). Pós Doutorado em Ciência Jurídica pela UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná (2020/2021). Estágio Postdoctoral researcher pela School of Law da University of Limerick -Irlanda (2019/2020). Doutor em Função Social do Direito pela FADISP – Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo (2014/2018). Mestre em Ciências Jurídicas pela UniCesumar - Universidade Cesumar (2012-2014)  Foi professor visitante na School of Law da University of Limerick (Irlanda). Professor colaborador no PPGCJ (Programa de pós-graduação em Ciência Jurídica) da UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná. Professor Colaborador na UEM - Universidade Estadual de Maringá. Docente e pesquisador bolsista na UniCV - Centro Universitário Cidade Verde. Docente na UniFatecie. Coordenador do Grupo de Pesquisa do CNPq Direito, Estado e Bioética (UENP) e Pesquisas empíricas em direitos humanos e justiça. Autor do livro Famílias no Armário: paternalidade e sexualidades divergentes. Pesquisador em Sexualidades, gênero e Direitos.

Leonardo Bocchi Costa, Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)

Doutorando em Direito pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestre em Ciência Jurídica e Bacharel em Direito pela Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

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Revista Direito.UnB | Maio – Agosto, 2024, V. 08, N.2 | ISSN 2357-8009 |

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Publié-e

2024-08-31

Comment citer

DO CARMO GOMES, Luiz Geraldo; COSTA, Leonardo Bocchi. CRIANÇAS INTERSEXO E CIRURGIA DE REDESIGNAÇÃO SEXUAL: INTERVIR PARA QUE(M)?. Direito.UnB - Revue de Droit de l’Université de Brasília, [S. l.], v. 8, n. 2, p. 253–280, 2024. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/revistadedireitounb/article/view/51525. Acesso em: 23 nov. 2024.

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