Maria Firmina dos Reis e seu conto “A escrava”

consolidando uma literatura abolicionista

Autores

  • Rafael Balseiro Zin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Palavras-chave:

Maria Firmina dos Reis.

Resumo

A publicação de “A Escrava”, obra que representa o auge da maturidade intelectual de Maria Firmina dos Reis, ocorreu em 1887, poucos meses antes da promulgação da Lei Áurea. Diferentemente da tessitura social em que a autora estava inserida quando escreveu seu romance Úrsula, de 1859, a essa altura dos acontecimentos, os ventos já sopravam com maior intensidade a favor da libertação dos africanos e dos afrodescendentes escravizados, o que influenciaria significativamente os rumos de sua literatura. Veiculado no terceiro número da Revista Maranhense, em São Luís, o texto denuncia as injustiças oriundas do sistema escravagista brasileiro e chama a atenção para as condições subumanas às quais os cativos haviam sido relegados, do mesmo modo em que aponta para o lugar obscuro que cercava as mulheres naquele contexto político-cultural de final de século. Levando em consideração esse cenário, a presente reflexão tem por objetivo analisar, justamente, as ideias da autora contidas em seu conto “A Escrava”.

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Biografia do Autor

Rafael Balseiro Zin, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Sociólogo e doutorando em ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

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Publicado

25-08-2017

Como Citar

Zin, R. B. (2017). Maria Firmina dos Reis e seu conto “A escrava”: consolidando uma literatura abolicionista. Revista XIX, 1(4), 142–161. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/revistaXIX/article/view/21764