A phrônesis, o herói e a pólis: os paradoxos de Hannah Arendt como leitora dos Antigos

Autores

  • Paulo César Nascimento Universidade de Brasília - UnB
  • Mateus Fernandes Braga Universidade de Brasília - UnB

Resumo

Resumo

Este artigo analisa as leituras de Homero e de Aristóteles feitas por Hannah Arendt. Partindo das reinterpretações do conceito de coragem, phrônesis e política feitas pela filósofa, apontamos naquelas leituras indícios das definições arendtianas do ethos do homem político e do surgimento do espaço público. O artigo também discute dois paradoxos no pensamento de Arendt: o paralelo entre a coragem guerreira do herói homérico e a virtude sagaz da phrônesis aristotélica, por um lado, e, por outro, a ação política enquanto reveladora do agente no espaço público e atividade coletiva voltada para a criação e manutenção de instituições. Sustentamos, como conclusão, que a releitura de Homero e Aristóteles, por mais paradoxal que seja, constitui a fonte teórica para a separação radical entre violência e política, realizada por Arendt.

Palavras-chavephrônesis, coragem, pólis, instituições, Hannah Arendt.

 

Abstract

This article analyses the readings of Homer and Aristotle by Hannah Arendt. Starting from her reinterpretation of the concepts of courage, phronesis and politics, we point out in those readings elements of her definition of the ethos of the political man as well as the rise of the public space. The article further discusses two paradoxes in Arendt’s thought: on the one hand, the parallel between the warrior courage of the Homeric hero and the virtue of the Aristotelic phronesis and, on the other hand, political action as a tool to reveal the agent in the public space and as a collective activity aiming at the creation of institutions. As a conclusion, the article points out that Arendt’s readings of Homer and Aristotle, paradoxical as they can be, form the theoretical basis for the radical separation between politics and violence that she sustains.

Keywords: phronesis, courage, polis, institutions, Hannah Arendt.

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Biografia do Autor

Paulo César Nascimento, Universidade de Brasília - UnB

É professor adjunto do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB). E-mail: <paulonascimento53@gmail.com>.

Mateus Fernandes Braga, Universidade de Brasília - UnB

É doutorando em Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB). E-mail: <mateus@unb.br>.

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Publicado

2015-05-22

Como Citar

Nascimento, P. C., & Braga, M. F. (2015). A phrônesis, o herói e a pólis: os paradoxos de Hannah Arendt como leitora dos Antigos. Revista Brasileira De Ciência Política, (16), 273–292. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/rbcp/article/view/2243

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