Silenciosa conveniência: mulheres e Aids
Resumo
Resumo
O artigo é construído a partir de um olhar do campo de análise de políticas sociais, no âmbito do SUS; enfoca as políticas de saúde das mulheres e a política de controle da Aids para interpretar as vulnerabilidades das mulheres no contexto do HIV e Aids. Identifica os limites, estratégias de prevenção e assistência adotadas pelo SUS para combater o HIV/Aids, frente à adoção do ideário de Estado mínimo. A pesquisa documental realizada no Brasil é uma análise crítica e histórica, que abrange o período de 1992 a 2008. O estudo interpreta as escolhas estratégicas do sujeito feminista no âmbito da saúde das mulheres no Brasil frente à epidemia do HIV/Aids. Toma o princípio de integralidade contido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas políticas de saúde da mulher e na política de controle da Aids para interpretar as escolhas estratégicas do movimento feminista na área da saúde. A perspectiva que orienta este artigo é a de que os significados da ação feminista frente à epidemia da Aids estão para além do campo da saúde. Expõem-se os avanços e limites dos feminismos para coibir o avanço da epidemia da Aids plasmado por dentro de uma lógica de Estado capitalista, de cunho neoliberal, com normas patriarcais.
Palavras-chave: HIV/Aids, feminismo, políticas de saúde, gênero-classe-raça, Estado e sociedade civil, movimento social.
Abstract
The article is built after an outlook from the field of analysis of social policies within Brazil’s Unified Health System (SUS), focusing health policies for women and AIDS control policies in order to interpret women’s vulnerabilities in the context of HIV and AIDS. It identifies the limits as well as prevention and care strategies adopted by SUS to fight HIV/AIDS, with the adoption of the ideology of the minimal state. The document research conducted in Brazil is a study on how the feminist movement, notably the Feminist Health Network, engaged with the AIDS epidemic through a revision and analysis of their position papers, minutes and other documents, including public policies. This was done from a historical and critical perspective, covering the period from 1992 to 2008. The study interprets the strategic choices of the feminist health movement from the women's health policy and the HIV/AIDS policy. This paper’s perspective is that the meanings of feminist action against the AIDS epidemic are beyond the health field. It exposed progress and limits of feminism against the AIDS epidemic inside a neoliberal capitalist state logic based on patriarchal norms.
Keywords: HIV AIDS, feminism, health policies, gender-class-race, state and civil society, social movement.