Aja Shuar e os caminhos agroecológicos: entre 'fendas’ e horizontes possíveis da Amazônia equatoriana

Resumo

Neste artigo, por meio da ação-participação comunitária, buscamos observar processos comunitários e político-organizacionais que confrontam uma política pública marcada pela aliança entre Estado e empresas. Isso tem impactado negativamente diversas áreas onde se instalam projetos de mineração de magnitude variada, tornando inviáveis outras formas de vida e existência, disfuncionais ao capitalismo transnacional global, particularmente em sua lógica de "acumulação por desapropriação". Concentramo-nos em uma análise qualitativa de práticas que lançam luz sobre uma possível solução econômica, de resistência e reexistência, em contextos de desapropriação da mineração no sul da Amazônia equatoriana. O povo Aja Shuar abre alguns caminhos que serão analisados como "horizontes de possibilidades" abertos pela Cordilheira do Cóndor. Utilizamos o conceito de fratura metabólica, desenvolvido por J. Bellamy Foster, para refletir sobre a suposta fratura metabólica do capitalismo contemporâneo a partir de um locus específico e específico, porém altamente emblemático, impulsionado pelas ameaças impostas à sua agrobiodiversidade e aos modos de vida de uma nacionalidade indígena que busca superar divisões internas e, por meio de seu potencial agroecológico, mitigar danos socioambientais, promovendo uma relação mais harmoniosa e regenerativa entre a produção humana e os ecossistemas