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Como citar: XXXXXXX, Xxxxxx. Importância da Revista Brasileira de Agroecologia para a pesquisa em Agroecologia. Revista Brasileira de Agroecologia, v. xx, n. x, p. xxx-xxx, xxxx.

 


Estrutura de florestas secundárias nos sistemas de manejo com e sem queima em Igarapé-açu, nordeste paraense

Structure of secondary forests in management systems with and without burning in Igarapé-açu, northeast of Pará

Estructura de los bosques secundarios en sistemas de manejo con y sin quema en Igarapé-açu, noreste de Pará

Lena Monteiro Costa¹, Tereza Thainá Monteiro do Carmo2, Débora Veiga de Aragão3, Osvaldo Ryohei Kato4.

 

1 Discente no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia. Belém-PA, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-5409-6509 e E-mail: lenamonteiro07@gmail.com

2 Discente no Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais da Universidade Federal Rural da Amazônia. Belém-PA, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0009-0000-2300-6470 e E-mail: thainamontecarmo@gmail.com

3 Doutora/Pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Belém-PA, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0009-0002-7014-5320 e E-mail: debora.aragao@embrapa.br

4 Docente/Doutor/Pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA. Belém-PA, Brasil. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-2422-9227 e E-mail: kato.embrapa@gmail.com

 

Recebido em: 24 jan 2025 - Aceito em: 6 mai 2025

 

Resumo

As florestas tropicais vêm enfrentando alterações especialmente devido à conversão de florestas primárias para utilização da terra em outras atividades econômicas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a influência do método de preparo de área no Sistema Tradicional (Corte e Queima) e no Sistema Alternativo (Corte e Trituração) na regeneração da capoeira, nos anos de 2016 e 2022, e em um fragmento de floresta experimental localizado em Igarapé-açu. Foram realizadas análises comparativas da estrutura da vegetação das florestas secundárias originadas por meio de dois tratamentos de manejo. Sugere-se que o método de preparo de área CT é mais adequado para a regeneração da floresta secundária, promovendo melhor capacidade regenerativa, com crescimento em altura, alcançando valores de biomassa seca e estoque de carbono próximos aos observados na área de R. Essa abordagem pode ser considerada uma alternativa mais sustentável e eficaz do que o CQ.

Palavras-chave: Corte e queima, trituração, conversão de florestas, Amazônia.

 

Abstract

Tropical forests have been facing changes especially due to the conversion of primary forests for land use in other economic activities. The present work aimed to evaluate the influence of the area preparation method in the Traditional System (Cutting and Burning) and in the Alternative System (Cutting and Crushing) on ​​ regeneration of capoeira, in the years 2016 and 2022, and in a fragment of experimental forest located in Igarapé-açu. Comparative analyses of the vegetation structure of secondary forests originated through two management treatments that were carried out. It is suggested that the CT area preparation method is more suitable for secondary forest regeneration, promoting better regenerative capacity, with height growth, reaching dry biomass values and carbon stock levels close to those observed in the R area. This approach can be considered a more sustainable and effective alternative than CQ.

Keywords: Cutting and burning, crushing, forest conversion, Amazon.

 

Resumen

Los bosques tropicales han estado enfrentando cambios, especialmente debido a la conversión de bosques primarios para uso de la tierra en otras actividades económicas. El presente trabajo tuvo como objetivo evaluar la influencia del método de preparación del área en el Sistema Tradicional (Corte y Quema) y en el Sistema Alternativo (Corte y Trituración) en la regeneración de la capoeira, en los años 2016 y 2022, y en un fragmento de bosque experimental ubicado en Igarapé-açu. Se realizaron análisis comparativos de la estructura de la vegetación de bosques secundarios originados a través de dos tratamientos de manejo. Se sugiere que el método de preparación del área CT es más adecuado para la regeneración del bosque secundario, promoviendo una mejor capacidad regenerativa, con crecimiento en altura, alcanzando valores de biomasa seca y almacenamiento de carbono similares a los observados en el área de R., considerarse una alternativa más sostenible y eficaz que la CQ.

Palabras-clave: Corte y quema, trituración, conversión de bosque, Amazonia.

 

INTRODUÇÃO

As florestas tropicais desempenham um papel fundamental como vastos depósitos de biodiversidade, representando um dos ecossistemas mais enigmáticos do planeta (Rezende et al., 2018; Zwiener et al., 2021). Apesar de sua importância, essas áreas florestais têm enfrentado alterações devido à atividade humana, resultando na diminuição da capacidade de regeneração após eventos impactantes, como incêndios e queimadas (Hobbs et al., 2006; Jakovac et al., 2021).

A degradação das florestas tropicais emerge como uma preocupação significativa, pois está intrinsecamente ligada à redução da complexidade estrutural. Esse declínio está relacionado com a diminuição na quantidade de sementes, de fertilidade e de microbiota do solo ao longo do tempo (Maxwell et al., 2016). Contudo, a complexidade estrutural é o que torna essas florestas mais capazes de resistir e se recuperar de mudanças ambientais e perturbações no ecossistema (Ehbrecht et al., 2021).

No contexto amazônico brasileiro, grande parte das alterações florestais ocorre devido a diferentes graus de uso do solo, cujas perturbações e desestruturação dos ecossistemas resultam em diferentes estágios secundários de sucessão (Lugo, 2009; Mazon; Silva; Watzlawick, 2019). O principal uso da terra na região amazônica está associado à atividade agrícola, com destaque para o cultivo de soja, que, nas últimas décadas, expandiu significativamente. Além disso, o desmatamento e as queimadas também são práticas comuns que impactam a paisagem do solo (Domingues; Bermann, 2012).

A agricultura de corte e queima, prática milenar utilizada principalmente nas regiões tropicais, é caracterizada pela derrubada de árvores e queima da vegetação para limpar áreas para o cultivo agrícola ou pastagem. Essa prática traz benefícios imediatos aos pequenos produtores, como praticidade e baixo custo (Oliveira et al., 2007; Santos, 2008; Freitas et al., 2013; Silva et al., 2021). Contudo, repetidos eventos de corte e queima na mesma área, associados ao reduzido período de descanso do solo (pousio) entre os ciclos agrícolas, acarretam prejuízos ambientais e danos causados no solo (Juo; Manu, 1996; Kanashiro; Denich, 1998; Kato M; Kato O; Carvalho, 2006).

O uso de tecnologias alternativas à agricultura de corte e queima, como trituração da capoeira (vegetação secundária), em substituição ao uso do fogo, e introdução de leguminosas arbóreas de rápido crescimento no período de pousio, representam possibilidades de recuperação do sistema de produção agrícola familiar (Kato et al., 2014).

O sistema de corte e trituração, que inclui o preparo de área sem queima, associado ao enriquecimento vegetal da capoeira, melhora as condições ambientais do sistema, pelo aumento do acúmulo de biomassa e nutrientes para uso do próximo ciclo agrícola (Brienza Júnior, 2012); as condições sociais, pela redução da penosidade do trabalho rural; e econômico, pela flexibilidade do calendário agrícola, redução de incidência de plantas espontâneas e diversificação da produção (Kato et al., 2020).

A capoeira possui um importante papel na manutenção da produtividade no sistema agrícola tradicional e atua como forma de fertilizar a terra para os cultivos agrícolas subsequentes. As capoeiras contribuem para a absorção da atmosfera e o restabelecimento das funções hídricas, para a recuperação da biodiversidade; e para a redução das perdas potenciais de nutrientes pela erosão e lixiviação (Nepstad et al., 2001). A depender do tipo e da intensidade de uso da capoeira, a regeneração natural da vegetação secundária poderá ter dificuldades em recuperar a biodiversidade e afetar o ciclo de nutrientes do sistema.

Uma forma de monitorar a capoeira é por meio da avaliação da estrutura de sua vegetação. A avaliação da estrutura da vegetação representa uma ferramenta crucial para a análise de seu crescimento ao longo do tempo e comparação de florestas secundárias, fornecendo informações sobre o estágio de sucessão, capacidade de produção de biomassa, identificação e determinação de prognósticos de sucessão vegetal, além de permitir a modelagem destas áreas (Mazon; Silva; Watzlawick, 2019). Os resultados dessas análises permitem realizar deduções abrangentes acerca da origem, características ecológicas, dinâmica e possíveis tendências para o desenvolvimento futuro da floresta (Moran et al., 1996; Hosokawa; Moura; Cunha, 2008). Essa abordagem proporciona uma compreensão da ecologia e do potencial evolutivo das florestas secundárias, contribuindo para estratégias de manejo e conservação do solo mais adequadas e eficazes ao cenário global e climático atual (Rodrigues, 2024).

A presente pesquisa teve como objetivo avaliar a influência do método de preparo de área no Sistema Tradicional (Corte e Queima) e no Sistema Alternativo (Corte e Trituração) na regeneração da capoeira, nos anos de 2016 e 2022, em um fragmento de floresta experimental localizado em Igarapé-açu, estado do Pará.

METODOLOGIA

O estudo foi conduzido na Fazenda Experimental de Igarapé-açu (FEIGA) da Universidade Federal Rural da Amazônia, situada entre as coordenadas geográficas de -1° 07’ 15,5’’ S e -47° 36’ 12,7’’ W, no município de Igarapé-açu, microrregião Bragantina no nordeste do Pará. A área faz parte de estudos de longa duração de manejo da vegetação secundária iniciado pelo Projeto SHIFT-Capoeira nos anos 2000, atualmente denominado de Tipitamba. O clima dessa região é classificado como Ami, conforme o sistema de classificação de Köppen, caracterizado como megatérmico úmido. A temperatura média anual está em torno de 26ºC, a umidade relativa do ar é próxima a 85% e a precipitação anual média é de 2.500 mm. A cobertura vegetal é predominantemente ombrófila aberta. Os solos da região são classificados como Argissolo Amarelo Distrófico de textura média arenosa, de acordo com a classificação brasileira de solos (Santos et al., 2018).

Os tratamentos avaliados foram: Corte e Queima (CQ), Corte e Trituração (CT) e Área de Referência (R). No ano de 2002, uma área de dois hectares de floresta secundária foi queimada para plantio de cultivos agrícolas, configurando o tratamento CQ. Subsequentes pousios e ciclos agrícolas ocorreram na área, alternando os períodos de pousios de três anos com ciclos agrícolas de um ano. Todos os preparos de área ocorridos aconteceram com corte e queima, seguindo procedimento de uso da terra realizado por agricultores (Santos, 2008; Freitas et al., 2013; Silva et al., 2021). No último pousio, o crescimento da vegetação ocorreu em quatro anos (2018 – 2022).

Também no ano de 2002, outra área de dois hectares foi selecionada para realizar o corte da vegetação secundária, representando o tratamento CT ou alternativo. O preparo da área ocorreu com a trituração da vegetação do pousio enriquecido com espécies leguminosas de rápido crescimento, como Tachigali vulgaris, Acacia mangium e Inga edulis. Os ciclos agrícolas tiveram duração de dois anos e o período de pousio de um ano nos quatro primeiros ciclos e, em seguida, alterou para três anos (2013-2016) e quatro anos de pousio (2018 – 2022). A área de referência, representada por R, foi de uma área de floresta secundária de 20 anos.

Nas áreas em que ocorreu intervenção, CQ e CT, 10 parcelas foram instaladas e distribuídas de forma sistemática para monitorar a vegetação, já na área de referência, oito parcelas foram instaladas. As parcelas possuíam dimensões de 10 metros x 10 metros. As coletas dos dados foram realizadas no mês de agosto de 2016 (pousio de 3 anos) e 2022 (pousio de 4 anos) e incluíram todos os indivíduos com diâmetro a altura do peito - DAP≥2,0 cm. As medidas tomadas em campo foram DAP (diâmetro à altura do peito) e estimativa visual da altura total (HT) dos indivíduos. Os indivíduos levantados foram identificados pelo nome científico.

A comparação florística e estrutural foi realizada através dos parâmetros: riqueza florística (S), densidade (D), densidade relativa (Dr), similaridade florística, dominância (Do), diversidade (H’), equitabilidade (E), altura (H), estimativa de biomassa seca (BS) e estoque de carbono – biomassa acima do solo (EC).

 
A estimativa da riqueza florística total foi calculada através do índice não paramétrico de Jackknife de primeira-ordem (J1), pela seguinte equação: . Para o cálculo da densidade relativa foi utilizada a equação:  
Para o cálculo da dominância (DO) foi utilizada a equação:   DO = ABi , onde
.
Para a determinação da diversidade foi utilizado o índice de Shannon-Weaver (H’), que atribui um maior peso às espécies raras, pela seguinte equação: H'= - Ʃpi x Ln(pi). Para obtenção da equitabilidade (E), que se refere à distribuição dos indivíduos dentro da amostra, a homogeneidade da amostra ou a relação entre número de indivíduos por espécie, foi utilizada a seguinte equação:      (H’máx = Ln(S)).
A similaridade florística (ISs) entre os tratamentos foi calculada usando o índice de similaridade florística de Sorensen, conforme a equação: . Para a
obtenção do valor de Sorensen em %, este foi multiplicado por 100 (LUDWIG
et al., 1988).

A biomassa seca foi determinada utilizando a equação alométrica proposta por Uhl, Buschbacher e Serrão (1988) para florestas secundárias, conforme equação:

LnBS= - 2,17 + (1,02 x LnDAP) + 0,39 x LnH) .

Esse cálculo incorporou os valores de altura e diâmetro das árvores. O peso da biomassa seca, expresso em quilogramas, foi convertido para toneladas por hectare, dividindo o valor calculado por 1.000 e, em seguida, multiplicando pelo fator 100,0. Para estimar o estoque de carbono na biomassa acima do solo, a biomassa seca foi multiplicada pelo fator 0,45, conforme estabelecido por Higuchi et al. (1998).

Para a comparação das médias de alguns dos parâmetros estruturais levantados foram realizadas análises de variância (ANOVA) e teste de Tukey, ambos com probabilidade de 95% (α = 0,05), para tal, utilizou-se o software Excel ® 2016.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No levantamento realizado no ano de 2016, 21 famílias foram identificadas no tratamento CT, 24 famílias na área CQ e 26 famílias na área R. Em 2022, foram encontradas 13 famílias no CT, 23 famílias na área CQ e 28 famílias na área R. As principais famílias encontradas nos três tratamentos (CT, CQ e R), em cada levantamento realizado (2016 e 2022) estão na Tabela 1.

Segundo Oliva et al. (2018), espera-se que à medida que a sucessão secundária avança, maior será o seu grau de complexidade e diversidade florística, como ocorreu com a área de referência do estudo. No entanto, este comportamento não foi observado nas áreas em que ocorreram o manejo da capoeira (CQ e CT), com diminuição do número de famílias encontradas. O tratamento CT diminuiu significativamente no número de famílias, de 21 (2016) para 13 (2022) (Tabela 1).

Tabela 1. Densidade (D) e Densidade relativa (Dr) das cinco principais famílias encontradas em cada um dos tratamentos avaliados nos anos de 2016 e 2022.

Ano

Família

D(Dr)

Família

D(Dr)

Família

D(Dr)

 

Corte e Trituração

Corte e Queima

Referência

2016

Fabaceae

53(17)

Myrtaceae

48(19)

Anacardiaceae

50(17)

Salicaceae

53(17)

Lecythidaceae

38(15)

Fabaceae

42(15)

Apocynaceae

42(13)

Annonaceae

32(13)

Lecythidaceae

31(11)

Myrtaceae

37(12)

Hypericaceae

27(11)

Lacistemataceae

23(8)

Hypericaceae

35(11)

Fabaceae

18(7)

Lauraceae

21(7)

Outras 16

101(31)

Outras 19

92(36)

Outras 21

121(42)

Total de nº famílias - 21Aa

Total de nº famílias – 24 Ab

Total de nº famílias - 26 Ab

2022

Hypericaceae

139(47)

Myrtaceae

75(19)

Arecaceae

43(18)

Fabaceae

78(26)

Lecythidaceae

60(15)

Lecythidaceae

35(14)

Salicaceae

26(9)

Hypericaceae

54(14)

Anacardiaceae

30(12)

Apocynaceae

11(4)

Annonaceae

38(10)

Fabaceae

21(9)

Boraginaceae

10(3)

Salicaceae

37(9)

Apocynaceae

20(8)

Outras 8

31(11)

Outras 18

135(34)

Outras 23

97(39)

Total de nº famílias – 13 Bb

Total de nº famílias – 23 Bb

Total de nº famílias – 28 Bb

Nota: Letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os tratamentos no mesmo ano pelo teste de Tukey (P<0,05). Letras minúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os anos no mesmo tratamento pelo teste de Tukey (P<0,05).

Fonte: Autora (2023).

A diminuição da quantidade de famílias pode ser atribuída pelo domínio de determinado grupo de indivíduos, especialmente por espécies mais resistentes, com maior capacidade de regeneração, mais adaptadas e que consigam se desenvolver melhor, ocasionando a supressão de demais indivíduos do sistema (Jakovac et al., 2021).

A família Fabaceae demonstrou presença constante em todos os sistemas avaliados nos levantamentos de 2016 e 2022. Esta família é frequentemente identificada como um elemento florístico predominante na Amazônia, desempenhando um papel significativo na promoção da diversidade regional e desempenho essencial na ciclagem do nitrogênio no ecossistema (Silva et al., 2021). É amplamente reconhecida como uma das mais importantes em estudos fitossociológicos diversos, conforme evidenciado por Carim et al., (2013), Condé e Tonini (2013), Amaral, Vieira e Almeida (2016), Dionísio et al. (2016) e Sousa et al. (2018). Além disso, a contribuição da Fabaceae é fundamental para a recuperação ambiental e desempenha um papel crucial na manutenção dos nutrientes e da fertilidade do solo (Silva et al., 2018; Santos Junior, 2020). Essa importância se torna particularmente vital em atividades voltadas para a recuperação de áreas degradadas.

Os dados de Densidade total (D), Densidades relativa (Dr) e Dominância (Do) das seis espécies mais abundantes encontradas nos três tratamentos avaliados na área de estudo, estão apresentados na Tabela 2.

Foram encontradas 44 espécies no CT no ano de 2016 e 27 espécies em 2022, uma queda de 38,6% no número de espécies, fato que também foi expresso na queda do número de famílias encontradas nesse tratamento. Em 2022, foi verificado um acréscimo considerável da quantidade levantada da espécie Vismia guianensis (Aubl.) Choisy, de 35 ind/ha em 2016 para 139 ind/ha em 2022, representando cerca de 47% dos indivíduos amostrados nesse tratamento. Acacia mangium Willd. apresentou aumento expressivo no número de indivíduos entre os dois períodos de levantamento no tratamento CT, passando de 12,7% de Dr em 2016 para 20,3% em 2022.

O corte e trituração é uma técnica que ajuda na conservação do sistema radicular e ainda gera uma camada de cobertura com a vegetação cortada, o que protege o solo e dificulta a germinação de sementes que necessitam de estímulo externo para superar dormência, o que favorece a regeneração via rebrota (Denich et al, 2004). Após seguidos manejos de corte e trituração da capoeira enriquecida, é possível que espécies que possuem regeneração por rebrota tenham mais vantagens na formação da capoeira, isso inclui a Vismia e a Acacia, esta última introduzida no sistema por meio de plantio da capoeira no início da instalação do tratamento.       

 

Tabela 2. Média de Densidade (D), Densidade relativa (Dr) e Dominância das seis espécies mais abundantes encontrados nas florestas secundárias formadas nos sistemas Corte e Trituração (CT), Corte e Queima (CQ) e a área de Referência (R), na área em estudo, nos anos de 2016 e 2022.

Espécies

Família

Nome

Vulgar

D

(Dr)

Do

Espécies

Família

Nome

Vulgar

D

(Dr)

Do

Espécies

Família

Nome

Vulgar

D

(Dr)

Do

Ano de 2016

CT

CQ

R

Acacia

mangium

Willd.

Fabaceae

acácia

41

(12,7)

0,343

Eugenia

biflora

(L.) DC.

Myrtaceae

vassourinha

32

(12,5)

0,021

Tapirira

guianensis

Aubl.

Anacardiaceae

pau-pombo

33

(11,5)

0,234

Taberna

emontana

heterophylla

Vahl

Apocynaceae

--

37

(11,5)

0,035

Vismia

guianensis

(Aubl.)

Choisy

Hypericaceae

lacre

27

(10,6)

0,015

Lacistema

pubescens

Mart.

Lacistemataceae

café-do

mato,

espeto-

vermelho

23

(8,0)

0,058

Vismia

guianensis

(Aubl.)

Choisy

Hypericaceae

lacre

35

(10,9)

0,065

Annona

paludosa

Aubl.

Annonaceae

--

24

(9,4)

0,025

Amphiodon

Effusus

Huber

Fabaceae

cumaru-de-rato,

gema

de-ovo

21

(7,3)

0,058

Casearia

arborea

(Rich.) Urb.

Salicaceae

puleiro de pombo,

espeto

29

(9,0)

0,027

Cecropia

palmata

Willd.

Urticaceae

imbaúba

branca

17

(6,7)

0,021

Ocotea

longifolia

Kunth

Lauraceae

canela-de-cheiro,

louro-verdadeiro

21

(7,3)

0,254

Cecropia

palmata

Willd.

Urticaceae

imbaúba

Branca

26

(8,1)

0,126

Lecythis

lurida

(Miers)

S.A.Mori

Lecythidaceae

inhaiba,

Jarana

16

(6,3)

0,008

Couratari

stellata

A.C.Sm.

Lecythidaceae

tauari

17

(5,9)

0,017

Banara

guianensis

Aubl.

Salicaceae

cavaqueiro

do baixo

18

(5,6)

0,016

Banara

guianensis

Aubl.

Salicaceae

Cavaqueiro

do baixo

12

(4,7)

0,006

Thyrsodium

Spruceanum

Benth.

Anacardiaceae

amaparana

17

(5,9)

0,029

Outras 38

espécies

 

 

136

(42,2)

0,116

Outras 34

espécies

 

 

127

(49,8)

0,092

Outras 50

espécies

 

 

156

(54,2)

0,466

Total Geral (44 espécies)

322

(100)

0,728

Total Geral (40 espécies)

255

(100)

0,186

Total Geral (56 espécies)

288

(100)

1,117

Ano de 2022

CT

CQ

R

Vismia guianensis

(Aubl.)

Choisy

Hypericaceae

lacre

139

(47,1)

0,215

Vismia guianensis

(Aubl.)

Choisy

Hypericaceae

lacre

54

(13,5)

0,032

Astrocaryum

gynacanthum

Mart.

Arecaceae

mumbaca

43

(17,5)

0,061

Acacia

mangium

Willd.

Fabaceae

acácia

60

(20,3)

0,602

Eschweilera

ovata

(Cambess.)

Mart.

ex Miers

Lecythidaceae

biriba

34

(8,5)

0,022

Eschweilera

coriacea (DC.)

S.A.Mori

Lecythidaceae

mata-matá

15

(6,1)

0,034

Banara guianensis

Aubl.

Salicaceae

cavaqueiro

do baixo

15

(5,1)

0,018

Eugenia

biflora

(L.) DC.

Myrtaceae

vassourinha

34

(8,5)

0,026

Tapirira

Guianensis

Aubl.

Anacardiaceae

pau-pombo

13

(5,3)

0,277

Taberna

emontana

heterophyll

Vahl

Apocynaceae

--

9

(3,0)

0,007

Myrcia

cuprea

(O.Berg)

Kiaersk.

Myrtaceae

folha-de-

ouro,

murtinha dourada

33

(8,3)

0,023

Couratari

stellata

A.C.Sm

Lecythidaceae

tauari

12

(4,9)

0,011

Abarema jupunba

(Willd.)

Britton

& Killip

Fabaceae

saboeiro

8

(2,7)

0,026

Banara

guianensis

Aubl.

Salicaceae

cavaqueiro

do baixo

31

(7,8)

0,017

Thyrsodium

spruceanu

Benth.

Anacardiaceae

amaparana

12

(4,9)

0,011

Casearia decandra

Jacq.

Salicaceae

guaçatunga

8

(2,7)

0,007

Annona

paludosa

Aubl.

Annonaceae

--

22

(5,5)

0,041

Abarema

jupunba

(Willd.)

Britton

& Killip

Fabaceae

saboeiro

10

(4,1)

0,125

Outras 21

espécies

 

 

56

(18,9)

0,109

Outras 34

espécies

 

 

191

(47,9)

0,177

Outras 44

espécies

 

 

141

(57,3)

0,758

Total Geral (27 espécies)

295

(100)

0,983

Total Geral (40 espécies)

399

(100)

0,337

Total Geral (50 espécies)

246

(100)

1,277

Fonte: Autora (2023).

 

Em florestas secundárias formadas sem utilização do fogo pode ser encontrada uma grande quantidade de sementes na camada superficial do solo, de forma que se espera uma rápida capacidade de rebrotamento a partir de partes vivas nos troncos remanescentes na área (Massoca et al., 2012).

Tanto Vismia quanto Acacia possuem boa capacidade de rebrota (Mesquita et al., 2001; Perrando; Corder, 2006), e esta condição pode ter favorecido o aumento no número de indivíduos na área triturada. Segundo Sartorelli et al. (2018), a Acacia apresenta-se como uma espécie de ampla plasticidade ambiental, podendo vegetar em diferentes solos e condições.

É comum que florestas secundárias dominadas por espécies do gênero Vismia apresentem sub-bosque iluminado durante boa parte do processo de sucessão com o passar dos anos, fato este que pode favorecer a continuidade e reprodução de indivíduos desse gênero, além das espécies não tolerantes a sombra (Massoca et al., 2012).

O CQ apresentou 40 espécies nos dois levantamentos. Em 2016 a espécie mais abundante e dominante foi a Eugenia biflora L.; Vismia guianensis Choisy (Aubl.), a qual passou do segundo lugar para a espécie mais abundante em 2022; a Anonna paludosa (Aubl.), mais dominante em 2016 e, em 2022, Astrocaryum gynacanthum Mart. assumiu esta posição. Ambas espécies são caracterizadas como pioneiras de formações secundárias em estágios iniciais de sucessão (Longhi et al., 2005; Amaral et al., 2009; Wirth et al., 2009 e Williamson et al., 2012).

Em 2016, o tratamento R apresentou 56 espécies e, em 2022, 50 espécies diferentes. A espécie mais abundante e dominante no primeiro levantamento foi a Tapirira guianensis Aubl., que constitui uma das espécies arbóreas típicas de florestas secundárias da Amazônia. Resultados obtidos por Carim, Schwartz e Silva (2007) em uma floresta secundária de 40 anos destaca a presença dominante de Tapirira guianensis. Leal et al. (2005) observaram que florestas secundárias de sucessão mais avançada apresentam maior número de espécie Tapirira guianensis em relação a capoeiras mais novas. Apesar do número de indivíduos desta espécie diminuir no segundo levantamento deste estudo, Tapirira guianensis ainda permanece em destaque na área de referência.

Em comparação no número de espécies entre os tratamentos, foi observada uma menor quantidade nas áreas em que ocorreu manejo da capoeira e uso do solo, CT e CQ, do que na área de referência, nos dois períodos levantados (2016 e 2022). A diferença de espécies presentes nas áreas de estudos é influenciada pela intensidade de distúrbios, natureza da vegetação remanescente e tipo de manejo. Chazdon (2003; 2008) ainda inclui a dispersão de sementes de floresta do entorno, textura do solo e disponibilidade de nutrientes como fatores que influenciam as trajetórias sucessionais da vegetação.

As fases iniciais de regeneração são dominadas por um grande número de indivíduos, porém com menor quantidade de espécies em relação com áreas de vegetação secundária mais avançadas, isso acontece em função da estratégia de colonização e condições iniciais da área em função da alta incidência de luz solar e tipo de solo.  Chazdon (2012) ressalta que o uso intensivo da terra, pousios curtos e queimadas frequentes resultam na restrição da disponibilidade de semente e no estabelecimento de mudas.

No processo de sucessão florestal em áreas com supressão total de indivíduos, é possível verificar o estabelecimento de espécies do grupo ecológico das pioneiras, devido à exposição do solo e ampla incidência de luz solar para o desenvolvimento dessas espécies (Amaral et al., 2009). Nesse cenário, espécies pioneiras menos adaptadas e/ou em posições desfavoráveis podem ser excluídas do sistema, fato que pode ter ocorrido na área estudada.

Em relação as áreas manejadas do estudo, foi encontrada uma maior quantidade de espécies no CQ quando comparado ao CT. Um dos motivos pode ser atribuído à quebra de dormência de determinadas sementes presentes no solo por meio do fogo utilizado no CQ, além da proximidade com a área R, o que pode ter promovido a ocorrência de espécies por meio da dispersão de sementes à longa distância e chuvas de sementes (Uhl; Clark, 1983; Rodrigues; Costa; Reis, 1990; Araujo et al., 2021). O enriquecimento inicial realizado na área de CT com espécies de rápido crescimento e com boa capacidade de rebrota, como Acacia, e o depósito da vegetação triturada sobre o solo, podem ter influenciado a dinâmica da regeneração da área de CT.

O número de espécies encontradas no presente trabalho é inferior ao número de espécies encontradas em trabalhos similares na região do nordeste paraense, como o de Rodrigues, Miranda e Kato (2007a), no qual foram verificadas 157 espécies em tratamento similar ao CT e 162 no similar ao CQ. Na pesquisa dos referidos autores, também foi encontrada riqueza maior no CQ comparado ao CT.

Os resultados obtidos para os parâmetros de densidade e riqueza florística nos tratamentos avaliados são condizentes com a fase inicial da sucessão. Nesta etapa observa-se uma elevada quantidade de indivíduos e uma baixa diversidade de espécies, reflexo das características de vida e desenvolvimento típicas das espécies dessa fase, contando com rápida colonização da área, intensa reprodução e competição acirrada pelos recursos do ambiente, especialmente a radiação solar (Rodrigues, 2005).

Em termos gerais, as espécies pioneiras nessa fase tendem a acumular mais sementes no banco devido aos mecanismos de dispersão à longa distância e produção precoce e abundante de sementes. É importante notar que a maioria das espécies pioneiras desenvolve sementes com períodos prolongados de dormência no solo, o que as torna frequentemente dominantes em áreas tropicais (Uhl; Clark, 1983; Rodrigues; Costa; Reis, 1990; Monaco; Mesquita; Williamson, 2003; Araujo et al., 2021).

A similaridade florística entre as áreas do tratamento CT e CQ, foi a relação que apresentou valores mais elevados. No ano de 2016, a similaridade foi de 38,5% (CT-CQ) e no ano de 2022 alcançou 39,31% (CT-CQ), o maior valor encontrado no presente estudo. A similaridade entre o tratamento CQ e R aumentou consideravelmente de 2016 para 2022, saindo de 17,1% para 31,2%. Por outro lado, a comparação de similaridade florística entre os tratamentos CT e R, apresentou um leve declínio (Figura 1).

A proximidade geográfica dos tratamentos pode ser um dos fatores para a elevada similaridade florística, aliados aos atuais estados de conservação e históricos de usos das mesmas, a área de Referência conservada para o estudo tende a ser hábitat para a fauna e fonte de propágulos, assim o método utilizado em cada tratamento para o desenvolvimento das vegetações estudadas, por exemplo a rebrota das vegetações que já ocorreram na área, como ocorreu durante a pesquisa de Lima e Almeida Jr. (2018) em levantamento florístico em áreas de restingas. Ainda segundo os autores, a formação geológica parecida das áreas estudadas pode ser uma das causas da similaridade florística encontrada nestes tipos de levantamentos. O fator proximidade geográfica, atrelado ao tipo de levantamento florístico, pode ter sido fundamental para os valores de similaridade florística encontrados na pesquisa, em especial nas áreas de CT-CQ e CT-R, conforme apresentado na Figura 1.

Figura 1. Resultados da Similiaridade florística nos tratatamentos de Corte e Trituração (CT), Corte e Queima (CQ) e a área de Referência (R) entre os anos de 2016 e 2022.

Os valores dos parâmetros diversidade florística (H’) e equitabilidade (E) apresentaram queda do ano de 2016 para 2022 em todos os tratamentos avaliados (Tabela 3). A diminuição mais acentuada foi verificada na área do CT, com uma queda de 0,79 em diversidade florística e 0,21 em equitabilidade. Nos tratamentos CQ e R, as diminuições de H’ e E foram mais sutis.

Os valores encontrados para o tratamento CT foram semelhantes aos encontrados por Rodrigues, Miranda e Kato, (2007b). Em estudos avaliando florestas secundárias originadas pelo mesmo tipo de sistema, os autores encontraram diversidade de 2,94 e equitabilidade de 0,66. Contudo, em relação ao CQ, os valores encontrados na presente pesquisa foram inferiores aos observados por Rodrigues, Miranda e Kato (2007b), os quais verificaram 3,32 em H’ e 0,55 em E.

Devido a incorporação do fogo no manejo das áreas utilizadas no tratamento CQ, esperava-se valores menores de diversidade florística de espécies e, consequentemente, a diminuição do índice de equitabilidade, uma vez que o fogo tende a ocasionar uma redução nestes valores a longo prazo. Dessa forma, a utilização do fogo no CQ emerge como um fator relevante na diferenciação florística observada nas áreas avaliadas (Rodrigues; Miranda; Kato, 2007b).

 

Tabela 3. Riqueza florística, diversidade florística, equitabilidade e altura média para os três tratamentos Corte e Trituração (CT), Corte e Queima (CQ) e a área de Referência (R) nos dois anos estudados.

T

Ano

Riqueza Florística

H'

E

Altura média (m)

CT

2016

56,6

2,14 Aa

0,63 Aa

4,84 Aa

2022

36

1,35 Aa

0,42 Aa

6,09 Ab

CQ

2016

52,6

2,06 Aa

0,66 Aa

3,29 Ba

2022

45,4

1,98 Aa

0,55 Ba

3,92 Bb

R

2016

75,8

2,32 Bb

0,7 Aa

7,78 Ca

2022

63,5

2,2 Bb

0,69 Ca

7,52 Ca

Nota: Letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os tratamentos no mesmo ano pelo teste de Tukey (P>0,05). Letras minúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os anos no mesmo tratamento pelo teste de Tukey (P>0,05).

Fonte: Autora (2023).

 

Com relação ao parâmetro altura, os valores apresentaram crescimento no ano de 2022, se comparados ao ano de 2016 nos tratamentos CT e CQ (Tabela 3). No tratamento R, a altura média, em 2022, apresentou valor absoluto menor, porém não diferiu estatisticamente entre os anos estudados. Esse fato pode ser explicado pelo método de obtenção da altura (estimado), assim como pela mortalidade de indivíduos e mudanças da composição da floresta secundária na área avaliada.

Os valores de altura podem ser tratados como indicadores do desenvolvimento das florestas secundárias geradas a partir de diferentes métodos de utilização do solo. Dessa forma, os valores mais próximos numericamente da área de referência foram os valores de altura encontrados no tratamento CT, o que permite a inferência de que as árvores formadas nesse tratamento estão tendo melhor desenvolvimento em altura quando comparadas ao CQ.

A quantidade de luz que chega ao sub-bosque de florestas secundárias é um fator que pode estar ligado à altura das árvores do sistema (Massoca et al., 2012), uma vez que as florestas com predominância de espécies do gênero Vismia, como as florestas dos tratamentos CT e CQ, possuem crescimento em diâmetro e altura mais lentos, o que facilita a entrada de luz e pode ter influenciado para o aumento do parâmetro altura nos referidos tratamentos no ano de 2022, comparado ao ano de 2016.

Biomassa seca e estoque de carbono

Os valores de biomassa seca e de estoque de carbono na biomassa acima do solo estão apresentados na Tabela 4. A área R apresenta maiores valores de biomassa e estoque de carbono em relação as áreas manejadas, CT e CQ. Apesar do valor de biomassa seca encontrado no ano de 2022 no tratamento R (R = 4,93 t. ha-1) ser menor do que no ano de 2016 (R = 5,27 t. ha-1), os valores não diferem estatisticamente entre si.

O tratamento CT apresentou maiores valores de biomassa e estoque de carbono do que no CQ, nos dois períodos levantados. Em relação ao período de avaliação, foram observados maiores valores no segundo levantamento com aumento de 22% no CT e 80% no CQ, o que pode ser atribuído ao maior tempo de pousio em ambas áreas (4 anos), em relação ao período anterior que foi de 3 anos.

 

 

Tabela 4. Biomassa seca e estoque de carbono para os três tratamentos Corte e Trituração (CT), Corte e Queima (CQ) e a área de Referência (R) nos dois anos estudados.

T

Ano

Biomassa seca (t.ha¹)

Estoque de carbono (Mg ha¹)

CT

2016

3,4 a

1,53

2022

4,15 A

1,87

CQ

2016

1,4 b

0,63

2022

2,52 B

1,13

R

2016

5,27 c

2,37

2022

4,93 A

2,22

Nota: Letras minúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os tratamentos no mesmo ano (2016) pelo teste de Tukey (P>0,05). Letras maiúsculas iguais não diferem estatisticamente entre os anos (2022) no mesmo tratamento pelo teste de Tukey (P>0,05).

Fonte: Autora (2023).

 

A análise estatística entre os tratamentos apresentou diferença significativa entre os três tratamentos no ano de 2016. Já no ano de 2022, somente o tratamento com queima obteve valores da biomassa seca e do estoque de carbono inferiores as áreas CT e R (p-valor<0,05). Dessa forma, a área triturada apresentou-se semelhante a floresta secundária, indicando que o manejo empregado na área, corte e trituração da vegetação e enriquecimento prévio com espécies de rápido crescimento, favoreceram o acúmulo de biomassa na área com valores semelhantes ao encontrado na área de mata.

Os valores de biomassa seca acima do solo encontrados no presente estudo possuem baixos valores se comparados com demais avaliações (Moran et al., 2000; Barrios; Cobo, 2004; Lima et al., 2007), porém semelhante ao encontrado por Rodrigues, Miranda e Kato (2007b), que utilizou a mesma equação deste estudo.

De acordo com Cordeiro et al. (2017), florestas secundárias jovens, com idades de até 20 anos, normalmente apresentam altas taxas de acumulação da biomassa. Contudo, não foi identificada uma taxa elevada de acumulação de biomassa em nenhuma das áreas avaliadas, nem mesmo na área de Referência (R).

De acordo com os parâmetros avaliados, o CT apresentou melhor acumulo de biomassa no pousio para uso agrícola, uma vez que a vegetação de pousio ajuda na recuperação da fertilidade do solo e na ciclagem de nutrientes, essencial para suportar a agricultura itinerante (Rangel-Vasconcelos; Kato; Oliveira, 2017).

 

CONCLUSÕES

Os diferentes métodos de preparo de área influenciam o tipo e a capacidade de regeneração no período de pousio, observado tanto nos anos de 2016 e 2022.

Em termos gerais, a família Fabaceae se destacou como uma componente constante em todos os sistemas, desempenhando um papel significativo na regeneração e ciclagem de nutrientes.

A riqueza florística nas áreas de CT e CQ diminuiu de 2016 para 2022, indicando certa influência do método e da intensidade de uso do solo, com destaque da presença de espécies com maior capacidade de rebrota na área em que a vegetação foi triturada, e maior presença de espécies originárias do banco de sementes e de uma possível migração de material propagativo de área de mata vizinha para o tratamento de corte e queima.

A similaridade florística entre CT e CQ aumentou ao longo do tempo, indicando uma convergência na composição de espécies entre esses sistemas. A análise de densidade e riqueza florística destacou espécies pioneiras, como Vismia guianensis e Eugenia biflora, como componentes significativos nos sistemas estudados.

Com a diminuição dos índices de diversidade (H’) e equitabilidade (E) em 2022, sugere-se que houve uma tendência a homogeneização na distribuição de espécies.

Devido ao aumento da altura média das árvores nos dados de 2022, pode-se considerar um desenvolvimento favorável da floresta secundária, especialmente nas áreas de CT.

A análise da biomassa seca acima do solo e o estoque de carbono revelou que o tratamento CT apresentou semelhança com a área R, no segundo levantamento do estudo.

Em geral, os resultados sugerem que o método de preparo de área CT é mais adequado para a regeneração da floresta secundária, especialmente para uso em atividade agrícola, no entanto deve-se considerar o arranjo e tipo de espécie de rápido crescimento a ser introduzida no pousio para minimizar impactos na diversidade de espécies regenerantes na área ao longo dos anos.

 

AGRADECIMENTO

Agradecimento especial aos parabotânicos Ednaldo Augusto Pinheiro Nascimento e João Carlos Lima de Oliveira pelas identificações botânicas realizadas. À Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA pela oportunidade de realização da pós-graduação para obtenção de título de mestre. A empresa EMBRAPA Amazônia Oriental pela parceria com o projeto. E a CAPES pela bolsa de Iniciação Científica concedida para o desenvolvimento deste trabalho.

Copyright (©) 2025 - Lena Monteiro Costa, Tereza Thainá Monteiro do Carmo, Débora Veiga de Aragão, Osvaldo Ryohei Kato.

 

 

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Revista Brasileira de Agroecologia
ISSN 1980-9735

Publicação da Associação Brasileira de Agroecologia - ABA-Agroecologia em cooperação com o Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural - PPG-Mader, da Universidade de Brasília – UnB

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