EDUCAÇÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL SOB O PENSAMENTO TÉCNICO DE GILBERT SIMONDON
DOI:
https://doi.org/10.26512/pl.v13i30.56919Palavras-chave:
Inteligência Artificial. Gilbert Simondon. Educação. Filosofia.Resumo
O presente artigo tem como propósito analisar interdisciplinarmente o estado atual da relação entre educação e inteligência artificial (IA) no Brasil, focando na IA ChatGPT, com auxílio da perspectiva tecnológica do filósofo francês Gilbert Simondon. Apoiando-se nas bases filosóficas dessa IA, será realizada uma investigação teórica acerca do fenômeno apontado visando construir uma crítica que fomente uma relação entre homem e máquina baseada em cooperação. Utilizando pesquisas realizadas pela autora em 2024 no território do Distrito Federal, busca-se também especular práticas mais férteis para a aprendizagem efetiva com auxílio das noções simondonianas de alienação técnica e automatismo. A partir da postura categorizável como intermediária do autor no que tange o papel da técnica na sociedade, fugindo tanto de interpretações tecnocráticas quanto tecnofóbicas, busca-se vislumbrar um horizonte realista no que diz respeito ao uso responsável da tecnologia, especialmente no âmbito escolar.
Downloads
Referências
ARÃO, Cristian. Autonomia artificial: o caráter fetichista da tecnologia e seu segredo. Philosophos, Goiânia, v. 29, n. 1, p. 1–23, 2024a. DOI: https://doi.org/10.5216/phi.v29i1.78529.
ARÃO, Cristian. Por trás da inteligência artificial: uma análise das bases epistemológicas do aprendizado de máquina. Trans/Form/Ação, Marília, v. 47, n. 3, 2024b. Disponível em: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/15196. Acesso em: 11 jan. 2025.
AZEVEDO, F. A. et al. Equal numbers of neuronal and nonneuronal cells make the human brain an isometrically scaled-up primate brain. Journal of Comparative Neurology, v. 513, n. 5, p. 532–541, 2009. DOI: https://doi.org/10.1002/cne.21974.
BAILÓN DELGADO, Dayana H. Introducción a las redes de neuronas artificiales. 2014. Tese (Graduação em Informática) – Escuela Superior Politécnica Agropecuaria de Manabí, Calceta, 2014.
BENDER, E. M. et al. On the dangers of stochastic parrots: can language models be too big? In: Proceedings of the 2021 ACM Conference on Fairness, Accountability, and Transparency (FAccT '21), 2021, pp. 610–623, 2021. DOI: https://doi.org/10.1145/3442188.3445922.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio: volume 3 – ciências humanas e suas tecnologias. Brasília, DF: MEC/SEB, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf. Acesso em: 20 jan. 2025.
BUCKNER, Cameron J. From deep learning to rational machines: what the history of philosophy can teach us about the future of artificial intelligence. 1. ed. New York: Oxford University Press, 2024.
CASPER, Stephen et al. Open problems and fundamental limitations of reinforcement learning from human feedback. 2023. DOI: https://doi.org/10.48550/arXiv.2307.15217.
CASTRO, Vinícius Portella. Ritmo e arrastamento (Ou: do relé entre o individual e o coletivo). ECO-Pós, v. 23, n. 1, p. 70–87, 2020. DOI: https://doi.org/10.29146/eco-pos.v23i1.25951.
DIDEROT, Denis; D’ALEMBERT, Jean le Rond. Encyclopédie ou dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers. Paris: Briasson, David, Le Breton e Durand, 1751–1772. 35 v.
ESCÓSSIA, Liliana da. Individuação e informação em Gilbert Simondon. Revista Brasileira de Filosofia da Ciência, v. 6, n. 11, 2013. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-1654.23699.
FERRARATO, Coline. Prospective philosophy of software: a Simondonian study. In: SALGUES, Bruno (Coord.). Technological Prospects and Social Applications Set. v. 3. Great Britain and the United States: ISTE Ltd; John Wiley & Sons, Inc., 2019.
FRANKISH, Keith; RAMSEY, William M. (Ed.). The Cambridge Handbook of Artificial Intelligence. Cambridge: Cambridge University Press, 2014.
FREE SOFTWARE FOUNDATION. Software livre: definição e filosofia. Disponível em: https://www.gnu.org/philosophy/free-sw.pt-br.html. Acesso em: 20 jan. 2025.
GILLANI, N.; EYNON, R.; CHIABAUT, C.; FINKEL, K. Unpacking the “Black Box” of AI in Education. Educational Technology & Society, v. 26, n. 1, p. 99–111, 2023. DOI: https://doi.org/10.30191/ETS.202301_26(1).0008.
GOOGLE; IPSOS. Our life with AI: from innovation to application. 2025. Disponível em: https://www.ipsos.com/en-us/google-ipsos-multi-country-ai-survey-2025. Acesso em: 17 jan. 2025.
GONÇALVES, A. A difícil arte de perguntar: aporias e apostas da redação do questionário para inquérito sociológico. Comunicação e Sociedade, v. 12, p. 201–211, 2007. DOI: https://doi.org/10.17231/comsoc.12(2007).1105.
GONÇALVES, Rafael. Automatismo ontem e hoje: reflexões sobre os limites da inteligência artificial a partir de Simondon. Idéias, Campinas, SP, v. 13, p. 1–22, e022008, 2022. DOI: https://doi.org/10.20396/ideias.v13i00.8668218.
GOVERNANÇA e efetividade da IA em processos de ensino e aprendizado. SEMINÁRIO EDUCAÇÃO, GOVERNANÇA DE DADOS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, 2024, Brasília. Disponível em: https://www.even3.com.br/seminario-educacao-governanca-de-dados-e-inteligencia-artificial-2024/. Acesso em: 16 jan. 2025.
GREFENSTETTE, Gregory. Tokenization. In: VAN HALTEREN, Hans (ed.). Syntactic wordclass tagging. Dordrecht: Springer, 1999. (Text, Speech and Language Technology, v. 9). DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-015-9273-4_9.
GÜNTHER, Hartmut. Como elaborar um questionário. (Série: Planejamento de Pesquisa nas Ciências Sociais, nº 01). Brasília, DF: UnB, Laboratório de Psicologia Ambiental, 2003. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/330921773_Elaboracao_de_questionarios_algumas_contribuicoes. Acesso em: 11 jan. 2025.
KLU.AI. GPT-4: a brief overview of OpenAI's new large language model. Disponível em: https://klu.ai/blog/gpt-4-llm. Acesso em: 10 jan. 2025.
LEMOS, André Luiz Martins. Erros, falhas e perturbações digitais em alucinações das IA generativas: tipologia, premissas e epistemologia da comunicação. MATRIZes, São Paulo, v. 18, n. 1, p. 75–91, 2024. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v18i1p75-91.
LUCKIN, Rosemary; HOLMES, Wayne; GRIFFITHS, Mark; FORD, Laurayne. Intelligence unleashed: an argument for AI in education. London: Pearson, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/299561597_Intelligence_Unleashed_An_argument_for_AI_in_Education. Acesso em: 20 jan. 2025.
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. Tradução de Mario Duayer e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2004.
MATRIX. Direção: Lana Wachowski e Lilly Wachowski. Produção: Joel Silver. EUA: Warner Bros., 1999. 1 DVD (136 min).
MÜLLER, Isabel Medeiros. ChatGPT e filosofia no ensino médio [dados eletrônicos]. Brasília, 2024. Disponível em: https://docs.google.com/spreadsheets/d/e/2PACX-1vT3G8i_HzxmVsAsfmfGjd0Z5lvKJD-pq6juw03bxiFfFXsfUoNE8hmzSkAoHVm7A/pubhtml. Acesso em: 18 jan. 2025.
OPENAI. GPT-4 technical report. 2024. Disponível em: https://arxiv.org/abs/2303.08774. Acesso em: 11 jan. 2025.
OPENAI. How your data is used to improve model performance. [S. l.]: OpenAI, [s. d.]. Disponível em: https://help.openai.com/en/articles/5722486-how-your-data-is-used-to-improve-model-performance. Acesso em: 17 jan. 2025.
OPENAI. Introducing ChatGPT. 2022. Disponível em: https://openai.com/blog/chatgpt. Acesso em: 11 jan. 2025.
REGATTIERI, Lorena Lucas; ANTOUN, Henrique. Algoritmização da vida e organização da informação: considerações sobre a tecnicidade no algoritmo a partir de Gilbert Simondon. LIINC – Revista Latino-Americana de Inovação e Conhecimento, v. 14, n. 2, 2018. DOI: https://doi.org/10.18617/liinc.v14i2.4304.
RODRIGUES, K. S.; RODRIGUES, O. S. A inteligência artificial na educação: os desafios do ChatGPT. Texto Livre, Belo Horizonte, v. 16, p. e45997, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/1983-3652.2023.45997.
RUSK, Nicole. Deep learning. Nature Methods, v. 13, n. 1, p. 35, jan. 2016. DOI: https://doi.org/10.1038/nmeth.3707.
SANTOS, S. M. A. V. et al. Inteligência artificial na educação. Revista Contemporânea, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 1850–1870, 2024. DOI: https://doi.org/10.56083/RCV4N1-101.
SEMESP. Resultados da pesquisa nacional com docentes da Educação Básica (2024). Disponível em: https://www.semesp.org.br/pesquisas/pesquisa-perfil-e-desafios-dos-professores-da-educacao-basica-no-brasil/. Acesso em: 10 jan. 2025.
SEMRUSH. Top Websites in Brazil - All categories. Disponível em: https://www.semrush.com/website/top/brazil/all/. Acesso em: 17 jan. 2025.
SIMONDON, Gilbert. A individuação à luz das noções de forma e de informação. Tradução de Daniel Lins e Édson Luiz de Almeida Cunha. Niterói: Eduff, 2021.
SIMONDON, Gilbert. Do modo de existência dos objetos técnicos. Tradução de Vera Ribeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2020.
SILEVIRA, Leonardo; LIMA, Weldson Q. Um breve histórico conceitual da automação industrial e redes para automação industrial. Natal: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, maio 2003. Disponível em: https://dca.ufrn.br/~affonso/FTP/DCA447/trabalho1/trabalho1_13.pdf. Acesso em: 11 jan. 2025.
TURING, Alan. Computing machinery and intelligence. Mind, Oxford, v. 59, p. 433-460, 1950.
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Prova do vestibular 2025. Brasília: UnB, 2025. Disponível em: https://www.cebraspe.org.br/vestibulares/vestunb_25. Acesso em: 20 jan. 2025.
WIENER, Norbert. Cybernetics: or control and communication in the animal and the machine. 2. ed. Cambridge: The MIT Press, 1961.
WOOLDRIDGE, Michael. A brief history of artificial intelligence: what it is, where we are, and where we are going. New York: Flatiron Books, 2021.
VASWANI, A. et al. Attention is all you need. Advances in Neural Information Processing Systems, v. 30, 2017.
McCULLOCH, W. S.; PITTS, W. A logical calculus of the ideas immanent in nervous activity. Bulletin of Mathematical Biophysics, v. 5, n. 4, p. 115–133, 1943.
O EXTERMINADOR DO FUTURO. Direção: James Cameron. Los Angeles: Orion Pictures, 1984. 1 filme (107 min).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Todos os trabalhos que forem aceitos para publicação, após o devido processo avaliativo, serão publicados sob uma licença Creative Commons, na modalidade Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License (CC BY-NC-ND 4.0). Esta licença permite que qualquer pessoa copie e distribua a obra total e derivadas criadas a partir dela, desde que seja dado crédito (atribuição) ao autor / Ã autora / aos autores / às autoras.