OPERARI SEQUITUR ESSE

a crítica de Schopenhauer à noção de livre arbítrio

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v11i24.46120

Palavras-chave:

Livre-arbítrio. Schopenhauer. Vontade. Motivo. Caráter.

Resumo

Schopenhauer considera o mundo em enquanto representação, sujeito à faculdade de apreensão do indivíduo, e enquanto vontade, impulso para autoafirmação, que constitui a realidade em si. A vontade objetivada na representação é determinada porque os fenômenos estão submissos ao princípio de razão suficiente, segundo o qual nada existe sem uma razão pela qual exista. A vontade não submetida ao estatuto de fenômeno pode ser considerada livre e espontânea. O ser humano é dotado de uma essência volitiva, o caráter, imutável e atemporal, que se desdobra num caráter empírico. Tendo-se em conta a idealidade da essência individual se compreende como o sujeito é determinado em suas ações com a mesma necessidade que são determinados todos os seres que existem. Suas decisões aparentemente arbitrárias são resultado do concurso da circunstância exterior (os motivos) e do caráter individual, ato indiviso e extratemporal da vontade.

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Biografia do Autor

Alessandro Soares Silveira, Faculdade São Luiz

Graduado em Filosofia pela Faculdade São Luiz.

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Publicado

26-06-2023

Como Citar

Soares Silveira, A. (2023). OPERARI SEQUITUR ESSE: a crítica de Schopenhauer à noção de livre arbítrio. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 11(24), 62–80. https://doi.org/10.26512/pl.v11i24.46120

Edição

Seção

Artigos