A HISTÓRIA ENQUANTO UMA COMÉDIA DO ABSURDO

os fundamentos do anti-historicismo em Arthur Schopenhauer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v11i23.44541

Palavras-chave:

História. Filosofia da história. Schopenhauer. Absurdo. Anti-historicismo.

Resumo

A possibilidade de se admitir uma determinação histórica dos atos humanos que se desenvolva no decurso da história, expondo uma finalidade natural de evolução humana é o principal problema a ser abordado neste texto. Em contraposição ao pensamento historicista da época, impulsionado pelo idealismo alemão otimista de sua época (Kant e Hegel), serão aqui explanadas as teses de Arthur Schopenhauer (1788-1860), nos dois tomos de O mundo como vontade e como representação (1819/1859). Tais obras, assim como alguns comentadores foram tratados por meio de leitura analítica, no intuito de entender objetivamente os conceitos nelas trabalhados. Segundo Schopenhauer, a história não passa de uma possibilidade de autoconsciência da humanidade e não possui as capacidades nem de desvelar o em-si do mundo nem de modificar a moralidade humana. Este texto pretende, pois, expor o anti-historicismo a partir dos quatro fundamentos inerentes ao seu organismo filosófico e já presentes na estrutura básica de sua obra prima: epistemologia, ontologia, ética e estética. Portanto, apesar de a história possuir algum valor, ela não é capaz de encontrar um fio condutor que a leve a um pretenso progresso da humanidade. A única atitude possível diante dos acontecimentos da história universal é a resignação diante do absurdo e a completa falta de sentido da vida. Nela se encena apenas uma comédia do absurdo.

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Biografia do Autor

Antunes Ferreira Silva, Universidade Federal de Sergipe

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Mestre em Filosofia pela UFPB (2011). Especialista em Ciências das Religiões, Diversidade e Ensino Religioso pelo Instituto de Ensino Superior da Paraíba (2020) e em Filosofia Clínica pelo Instituto Packter e FAFIC (2007). Graduado (Licenciatura) em Filosofia pela FAFIC (2003). Professor EBTT (afastado para capacitação) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), onde ensina Filosofia e Sociologia na Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras (ETSC) do Centro de Formação de Professores (CFP). Pesquisa nas áreas filosofia da mente e história da filosofia contemporânea, com ênfase no idealismo alemão, a esquerda hegeliana e os contestadores do sistema hegeliano. Estuda, particularmente, o irracionalismo, o pessimismo e o ateísmo filosófico de Arthur Schopenhauer.

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Publicado

19-12-2022

Como Citar

Silva, A. F. (2022). A HISTÓRIA ENQUANTO UMA COMÉDIA DO ABSURDO: os fundamentos do anti-historicismo em Arthur Schopenhauer. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 11(23), 219–232. https://doi.org/10.26512/pl.v11i23.44541

Edição

Seção

Ensaios