DELEUZE E A TERCEIRA CRÍTICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/pl.v9i18.26901

Palavras-chave:

Deleuze. Kant. Estética. Ideias.

Resumo

O presente trabalho se debruça sobre a relação entre Deleuze e Kant a partir da interpretação que o primeiro realiza da estética do segundo. Apesar de Deleuze descrever Kant como seu inimigo, temos na sua obra uma reapropriação de diversos elementos da filosofia crítica kantiana. Deleuze critica Kant por ter pressuposto um senso comum como condição do acordo das faculdades em todas as três críticas e de ter cindido a estética em dois domínios: sensibilidade e criação. O que pretenderemos demonstrar neste artigo é que a partir da sua leitura da Crítica da Faculdade de Julgar, Deleuze encontra os elementos de uma reversão interna do kantismo que ele própria radicaliza em sua filosofia de forma a reunir os dois sentidos de estética em um acordo discordante entre as faculdades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Adamo Bouças da Veiga, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Doutor (2020) e Mestre (2016) em Filosofia com ênfase em Ética e Filosofia Política pela PUC-RIO. Possui Bacharelado em Relações Internacionais pela Universidade Federal Fluminense (2011). Tem experiência na área de Filosofia Francesa Contemporânea e Filosofia Moderna, com ênfase em Ética e Filosofia Política. . Durante o mestrado, sob orientação do Prof.Doutor Rodrigo Guimarães Nunes, dedicou-se a pesquisa da interface entre filosofia e sociologia sob um viés ético e político, a partir da filosofia francesa contemporânea com foco na ontologia de Gilles Deleuze, na filosofia da ciência de Gilbert Simondon e na sociologia de Gabriel Tarde. Realizou dois Estágios Docência na disciplina "Filosofia Moderna". Teve a dissertação aprovada com louvor e indicada pelo Departamento PUC-Rio para o prêmio ANPOF de melhor dissertação de mestrado. É membro do Grupo de Estudo Materialismos e membro do Grupo de Trabalho Ontologias Contemporâneas da ANPOF. Atualmente, sua pesquisa se orienta pela relação da metafísica de Gilles Deleuze com as novas "ontologias pós-críticas" do "realismo especulativo" e vertentes análogas. Trabalha no curso de "Administração Pública" da UFF na disciplina "Ética e Filosofia." (EAD) "Seminários I", e "Sociologia Organizacional" pelo consórcio CEDERJ.

Referências

ALLISON, H. Kant’s Transcendental Idealism: an Interpretation and Defense. New Haven/Londres: Yale University Press, 2004.

BRYANT, L. Difference and Giveness: Deleuze's Transcendental Empirism and Ontology of Immanence. Evanston: Northwestern University Press, 2008.

DELEUZE, G. Proust et les signes. 2 ed. Paris: PUF, 1998.

_____________. Diferença e repetição. Trad. Luiz Orlandi e Roberto Machado. Lisboa: Relógio d’Água, 2000.

_____________. A filosofia crítica de Kant. Trad. Germiniano Franco. Lisboa: Edições 70, 2001.

_____________. O método da dramatização. In: DELEUZE, G. A ilha deserta e outros textos. Trad. Christian Pierre Kasper. São Paulo: Editora Iluminuras, 2004a. p. 65-85.

_____________. A ideia de gênese na estética kantiana. In: DELEUZE, G. A ilha deserta e outros textos. Trad. Christian Pierre Kasper. São Paulo: Editora Iluminuras, 2004b. p. 112-140.

_____________. Sobre quatro fórmulas poéticas que poderiam resumir a filosofia kantiana. In: _____. Crítica e clínica. 2 ed. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 2011. p. 40-51.

_____________. Conversações. 3 ed. Trad. Peter Pál Pelbart. São Paulo: Editora 34, 2013.

_____________. Nietzsche e a filosofia. Trad. Luiz dos Santos e Ivo Benedicto. Rio de Janeiro: Editora Rio, 2017.

HUGHES, J. Philosophy after Deleuze: Deleuze and the Genesis of Representation II. Londres/Nova York: Bloomsbury, 2012.

KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Manuel Pintos dos Santos e Alexandre Mourão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, [1781/1787] 2001.

________. Crítica da faculdade de julgar. Trad. Fernando Costa Matos. Petrópolis: Editora Vozes, [1790] 2016.

KERSLAKE, C. Immanence and the Vertigo of Philosophy. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2009.

LAPOUJADE, D. Deleuze: os movimentos aberrantes. 2 ed. Trad. Laymert Garcia dos Santos. São Paulo: N-1 Edições, 2015.

LORD, B. Deleuze and Kant’s Critique of Judgment. In: LUNDY, C.; DANIELA, V. (Eds.) At the Edges of Thought: Deleuze and Post-Kantian Philosophy. Edimburgo: Edinburgh University Press, 2015. p. 85-105.

MAIMON, S. Essay on Transcendental Philosophy. Trad. Nick Midgley, Henry Somers-Hall, Allistair Welchman e Merten Reglitz. Nova York: Continuum International Publishing, 2010.

SHAVIRO, S. Whithout Criteria: Kant, Whitehead, Deleuze and Aesthetics. Londres: MIT Press, 2009.

STENGERS, I. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. Trad. Eloisa Araújo Ribeiro. São Paulo: Cosac Naify, 2015.

TOSCANO, A. The Theatre of Production: Philosophy and Individuation between Kant and Deleuze. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2006.

VOSS, D. Conditions of Thought: Deleuze and the Transcendental Ideas. Edimburgo: Edinburgh University Press Ltd., 2013.

Downloads

Publicado

31-08-2020

Como Citar

da Veiga, A. B. (2020). DELEUZE E A TERCEIRA CRÍTICA. PÓLEMOS – Revista De Estudantes De Filosofia Da Universidade De Brasília, 9(18), 270–292. https://doi.org/10.26512/pl.v9i18.26901

Edição

Seção

Artigos