A “caçada com gato” da Filosofia
algumas considerações sobre a “segunda navegação” (Fédon 85c-d; 99c-100e; 107a-b)
Palavras-chave:
Platão;, Fédon;, Segunda;, Navegação;, HipóteseResumo
No diálogo Fédon de Platão, o personagem Sócrates, como que se confidenciando aos amigos no leito de morte, diz que lhe foi impossível, em sua vida, descobrir as verdades das causas dos entes através do aprender com os outros e do descobri-las por si mesmo. O filósofo admite, então, que apelou para um Método de Hipóteses, algo que ele caracterizará como uma “segunda navegação”: hipotetizar o lógos que ele, Sócrates, decidia, em cada ocasião, ser o mais forte, acerca de causas e acerca de todo o resto. E o que lhe parecia em consonância com tal lógos, ele tomava por verdadeiro; o que não, tomava por falso (99c1-100a7; BURGER, 1947; FISCHER, 2002). A partir da análise das passagens desse diálogo sobre o tema, bem como do sentido, no idioma grego, dessa expressão usada para caracterizar o método, o presente artigo visa apresentar o quadro traçado do Método de Hipóteses no Fédon.
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