Os indígenas nos Campos de Viamão na década de 1750
Resumo
A historiografia brasileira costumou negar a presença indígena na porção meridional do país. O seguinte trabalho visa compreender de que forma os indígenas participaram da constituição social da região dos Campos de Viamão, no atual estado brasileiro do Rio Grande do Sul, na década de 1750. As questões levantadas são: quem eram estes indígenas? De que forma entraram na órbita da sociedade lusa? Como transitaram dentro dela? Para responder utilizam-se os Róis de Confessados e os Registros de Batismo de Viamão. A estas fontes foi aplicado o método demográfico, combinado a uma análise mais qualitativa. A constatação de uma evolução demográfica negativa da população ameríndia leva questionar o motivo deste “desaparecimento” e debater sobre a questão da identidade indígena. A pesquisa mostra que, predominantemente, a inserção dos indígenas na sociedade lusa meridional foi por meio da servidão, que tem uma variada origem territorial e que suas formas de transito social, nesta região fronteiriça, parecem responder a uma lógica de permanente reconstrução.
Downloads
Referências
CARDOSO, Fernando Henrique. Capitalismo e escravidão no Brasil Meridional: O negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da Violência: Ensaios de Antropologia política. São Paulo: Brasiliense, 1980.
FARBERMAN, Judith e RATTO, Silvia, coord. Historia mestizas em el Tucumán colonial y las pampas, siglos XVII-XIX. Buenos Aires: Biblos, 2009.
GARCIA, Elisa Frühauf. As diversas formas de ser índio: políticas indígenas e políticas indigenistas no extremo sul da América Portuguesa. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2009.
KÜHN, Fábio. ”•Os campos de Viamão: uma fronteira do império luso-brasileiro”–. in Raízes de Viamão, org. Barroso, Vera Lúcia M. Porto Alegre: EST, 2008.
KÜHN, Fábio. O “Governo dos Índios”: a Aldeia dos Anjos durante a administração de José Marcelino de Figueiredo (1769-1780). 3º Encontro de escravidão e liberdade no Brasil, 2007.
LANGER, Protasio Paulo. Os Guarani-Missioneiros e o colonialismo luso no Brasil meridional. Porto Alegre: Martins Livreiro, 2005.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. Companhia das Letras, São Paulo, 1994.
NEUMANN, Eduardo Santos. A fronteira tripartida: a formação do continente do Rio Grande- século XVIII. In: Luiz Alberto Grijó; Fábio Kuhn; Cesar Augusto Barcellos Guazzelli; Eduardo Neumann (Org.). Capítulos de história do Rio Grande do Sul; Porto Alegre, 2004.
OSÓRIO, Helen. O império português no sul da América: estancieiros, lavradores e comerciantes. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
PORTO, Aurélio. História das Missões Orientais do Uruguai. Porto Alegre: Selbach, 1954.
SIRTORI, Bruna. Uma fonte inexplorada. Os róis de confessados possibilidades e limites documentais. ”—Usos do Passado‘ ”” XII Encontro Regional de História ANPUH-RJ 2006.
SIRTORI, Bruna. Entre a cruz, a espada, a senzala e a aldeia: Hierarquias sociais em uma área periférica de Antigo Regime. (dissertação de mestrado), UFRJ, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
O envio de textos implica a cessão de direitos autorais e de publicação à revista Noctua, que não se compromete com a devolução das colaborações recebidas. Os textos publicados na revista não podem ser republicados em outros meios e/ou formatos sem a autorização expressa dos editores.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
A revista Noctua guarda o direito de todas as publicações realizadas na revista e é dividida em até 20 trabalhos por edição (10 Artigos; 5 Resenhas; 2 Textos e documentos historiográficos e 2 Entrevistas). Se um trabalho é aceito para sua publicação, ainda que não seja publicado na edição do semestre, estará reservado para as edições seguintes. As colaborações são publicadas de acordo com a ordem de aprovação. Caso não seja cumprida a meta, o Conselho Editorial definirá como será realizada a divisão das seções.
No caso de publicação de dossiê, as colaborações serão organizadas pela temática do estudo. O tempo de publicação poderá ser influenciado.
Observando a Lei de Direito Autoral, n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, as opiniões emitidas no trabalho, bem como a revisão de língua portuguesa, espanhola, francesa ou inglesa, e estilo de redação, são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es).