Serão eles o que a gente foi? Karitiana, Puruborá e dois povos indígenas isolados em Rondônia

Autores

  • Felipe Vander Velden

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbla.v8i2.16302

Resumo

Analisando as relações entre dois povos indígenas que vivem em intenso contato há tempos com a sociedade dita nacional ou envolvente - os Karitiana e os Puruborá - e dois grupos em isolamento voluntário em suas respectivas regiões (norte e centro-oeste do estado de Rondônia), este artigo defende que as populações indígenas vizinhas de povos isolados devem, necessariamente, ser levadas em conta quando da formulação de políticas para os povos não contatados, uma vez que a presença destes tem substanciais consequências para, dentre outras, as políticas territoriais daqueles.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Altini, Emília & Bavaresco, Volmir. 2011. “Povos indígenas isolados ameaçados pelos grandes projetos em Rondônia”, en Gustavo Loebens & Lino Neves (orgs.):Povos indígenas isolados na Amazônia: a luta pela sobrevivência. Manaus: EDUA/CIMI: 87”“98.Arisi, Bárbara. 2007.

Matis e Korubos: contato e índios isolados no vale do Javari, Amazônia. Dissertação de mestrado, Florianópolis, UFSC.

Bessire, Lucas. 2014. Behold the black cayman: a chronicle of Ayoreo life. Chicago: University of Chicago Press.Bessire, Lucas. 2014. Behold the black cayman: a chronicle of Ayoreo life. Chicago: University of Chicago Press.

Bonilla, Oiara & Capiberibe, Artionka. 2015. “Isolados ou cadastrados: os índios na era desenvolvimentista”. Revista DR, número 1 (disponível em http://revistadr.com.br/posts/isolados-ou-cadastrados-os-indios-na-era-desenvolvimentista, acesso em 16/01/2017).

Cabodevilla, Miguel; Smith, Randy & Rivas, Alex. 2004. Tiempos de guerra: Waorani contra Taromenane.Quito: Abya-Yala.

Comegna, Maria Angela. 2008. “Políticas de proteção aos povos indígenas isolados no Brasil e na Bolívia”. Diez años de cambios en el Mundo, en la Geografía y en las Ciencias Sociales, 1999”“2008. Actas del X Coloquio Internacional de Geocrítica,Universidad de Barcelona, 26”“30 de mayo de 2008. (disponível em http://www.ub.es/geocrit/-xcol/89.htm, acesso em 15/01/2017).

Fabian, Johannes. 2002. Time and the other: how anthropology makes its object. New York: Columbia University Press.França, Luciana Barroso Costa. 2012. Caminhos cruzados: parentesco, diferença e movimiento entre os Kagwahiva.Tese de doutorado, Rio de Janeiro: MN-UFRJ.

Galúcio, Ana Vilacy. 2005. “Puruborá: notas etnográficas e linguísticas recentes”. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi ”” Série Ciências Humanas, vol. 1, no. 2: 159”“192.Galúcio, Ana Vilacy; Puruborá, José Evangelista & Aporete Filho, Paulo. 2013. Vocabulário ilustrado: animais na Língua Puruborá. Belém: MPEG.

Garcia, Uirá. 2010. Karawara: a caça e o mundo dos Awá-Guajá. São Paulo: USP, tese de doutorado.

Gow, Peter. 2011. “‘Me deixa em paz!’ Um relato etnográfico preliminar sobre o isolamento voluntário dos Mashco”. Revista de Antropologia, 54(1): 11”“46.GTA ”” Regional Rondônia. 2008. O fim da floresta: a devastação das unidades de conservação e Terras Indígenas no estado de Rondônia. Porto Velho: Grupo de Trabalho Amazônico ”” GTA Rondônia.

High, Casey. 2013. “Lost and found: contesting isolation and cultivating contact in Amazonian Ecuador”. HAU: Journal of Ethnographic Theory, 3(3): 195”“221.Howrd, Catherine. 2002. Wrought identities: Waiwai expeditions in search of the unseen ‘tribes’ of Northern Amazonia. PhD dissertation, University of Chicago.

Kirsch, Stuart. 1997. “Lost tribes: indigenous people and the social imaginary”. Anthropology Quarterly, 70 (2): 58”“67.Kroeber, Theodora. 1964. Ishi in two worlds: a biography of the last wild indian in North America. Berkeley: University of California Press.

Leonel Jr., Mauro. 1995. Etnodicéia Uruéu-au-au. San Pablo: Edusp/IAMÁMenezes, Tarsila. 2016. O passado, o presente e o futuro nas plantas Puruborá (Rondônia). São Carlos, PPGAS-UFSCar, dissertação de mestrado.

Menéndez, Miguel. 1981/82. “Uma contribuição para a etno-história da área Tapajós-Madeira”. Revista do Museu Paulista, 28 (nova série): 289”“388.

Milanez, Felipe & Shepard Jr., Glenn. 2016. “The few remaining: genocide survivors and the Brazilian state”. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 14 (1): 131”“134.

Monserrat, Ruth Maria. 2005. “Notícia sobre a língua Puruborá”. In: A. Dall’Igna Rodrigues & A. S. A. Câmara Cabral (orgs.), Novos estudos sobre línguas indígenas. Brasília: Editora UnB.

Montanha, Gisele; Barboza, José Joaci & Oliveira, Anatália. 2014. “Puruborá: mitos de um povo indígena ressurgido da Amazônia”. Tellus, 27: 151”“174.

Mota, Rogério Vargas. 2011. Relatório de Expedição na Terra Indígena Karitiana e na Floresta Nacional do Bom Futuro, Referência Nº 45. Porto Velho: FPEM/FUNAI, não publicado.

Nimuendajú, Curt. 1981. Mapa etnohistórico de Curt Nimuendajú. Rio de Janeiro: IBGE/Fundação Nacional Pró-Memória.

Opas, Minna. 2016. “On the significance of representations concerning indigenous people in voluntary isolation”. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 14 (1): 141”“144.

Parellada, Alejandro & Alcântara, Maria Lourdes B. de. 2007. Povos indígenas em isolamento voluntário ou contato inicial na Amazônia e no Gran Chaco. São Paulo: Núcleo Interdisciplinar do Imaginário e Memória ”” USP/IWGIA.

Peggion, Edmundo. 2011a. Relações em perpétuo desequilíbrio. A organização dualista dos povos Kagwahiva da Amazônia. São Paulo: ISA/Annablume/Fapesp.

Peggion, Edmundo. 2011b. “Conflitos e alianças indígenas no sul do Estado do Amazonas. O caso dos Tenharim do rio Marmelos (Tupi-Kagwahiva)”.In: Edilene Coffaci de Lima & Lorena Córdoba (eds.), Os outros dos outros: relações de alteridade na etnologia sul-americana. Curitiba: UFPR, pp. 71”“82.

Reel, Monte. 2011. O último da tribo: a epopeia para salvar um índio isolado na Amazônia. San Pablo: Companhia das Letras.

Ribeiro, Darcy. 1996. Os índios e a civilização. São Paulo: Companhia das Letras.

Sampaio, Wany Bernardete. 1998. Estudo comparativo sincrônico entre o Parintintin (Tenharim) e o Uru-eu-uau-uau (Amondava): contribuições para uma revisão na classificação das linguas tupi-kawahib. Campinas: Unicamp, dissertação de mestrado.

Santos, Marcelo dos. 1996. “Ãndios acossados em Rondônia”. In: C. A. Ricardo (org.), Povos Indígenas no Brasil 1991”“1995. São Paulo: Instituto Socioambiental, pp. 550”“553S.

Shepard Jr., Glenn. 2016. “Ceci n’est pas un contacte: the fetishization of isolated indigenous people along the Peru-Brazil border”. Tipití: Journal of the Society for the Anthropology of Lowland South America, 14 (1): 135”“137.

Silva, Adnilson. 2010. Territorialidades e identidade do coletivo Kawahib da Terra Indígena Uu-Eu-Wau-Wau em Rondônia: ‘orevaki are’ (reencontro) dos ‘marcadores territoriais. Curitiba: UFPR, tese de doutorado.

Simonian, Lígia. 1991. “Os Uru-Eu-Wau-Wau e os Amundáwa no início dos anos noventa”. In: Carlos Alberto Ricardo (ed.), Aconteceu especial: Povos Indígenas no Brasil 1987/88/89/90. São Paulo: CEDI, pp. 423”“425.

Vander Velden, Felipe. 2015. “Los niños perdidos de Yjko: historia y alteridad en las relaciones de los karitianas con los ‘bajitos’ de la FLONA de Bom Futuro (Rondonia, Brasil)”. In: Cecilia Martínez & Diego Villar (eds.), En el corazón de América del Sur (vol. 2). Santa Cruz de la Sierra: Biblioteca del Museo de Historia, pp. 213”“228.

Vaz, Antenor. 2013a. “Brazil. State policy: from custody to the policy of rights ”” a solved issue?”. In: IWGIA/IPES (org.), Indigenous peoples in voluntary isolation and initial contact. Copenhagen/Pamplona Iruñea: IWGIA/IPES: 12”“55.

Vaz, Antenor. 2013b. Povos indígenas isolados e de recente contato no Brasil: políticas, direitos e problemáticas. Brasília: Edição do Autor.

Downloads

Publicado

2017-08-03

Como Citar

Velden, F. V. (2017). Serão eles o que a gente foi? Karitiana, Puruborá e dois povos indígenas isolados em Rondônia. Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 8(2), 105–120. https://doi.org/10.26512/rbla.v8i2.16302

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)