A Carta Guarani Kaiowá e o direito a uma literatura com terra e das gentes
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018448Resumo
Este artigo propõe incluir a Carta Guarani Kaiowá no campo da literatura contemporânea produzida no Brasil. Essa inclusão impõe desafios teóricos em relação ao que entendemos por literatura, quais suas relações com os direitos humanos no âmbito dos estudos culturais, além de exigir um enfrentamento com a história literária do Brasil. O objetivo é pensar não apenas “nossa” literatura, historicamente vinculada ao sistema colonial e depois nacional, mas pensar uma literatura vinculada à terra, e não apenas da gente do Brasil, mas das gentes da América do Sul.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Rubem Ferreira Thomaz de (2001). Do desenvolvimento comunitário à mobilização politica: o projeto Kaiowá-Ñandeva como experiência antropológica. Rio de Janeiro: Contra Capa.
AGUILAR, Gonzalo; NODARI, Alexandre (2010). Por una ciencia del vestigio errático (Ensayos sobre la antropofagia de Oswald de Andrade) seguido de “La única ley del mundo”, de Alexandre Nodari. Buenos Aires: Grumo.
BAPTISTA, Abel Barros (2005). O livro agreste. Campinas: UNICAMP.
BAPTISTA, Abel Barros (2009). Ideia de literatura brasileira com propósito cosmopolita. Revista Brasileira de Literatura Comparada, n. 15, p. 61-87.
BAPTISTA, Abel Barros (2011). Roça barroca. São Paulo: Cosac Naify.
BRAGA, Fabio William Lopes (2009). A Carta de Caminha e o conceito de literatura na historiografia literária brasileira. Dissertação (Mestrado em Literatura) ”“ Universidade Estadual Paulista (UNESP), São Paulo.
BRAND, Antonio J. (1998). O impacto da perda da terra sobre a tradição kaiowá/guarani: os difíceis caminhos da Palavra. Tese (Doutorado em História) ”“ Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre.
BROTHERSTON, Gordon (2007). Popol Vuh: Contexto e princípios de leitura. In: Brotherston, Gordon; Medeiros, Sérgio (Org.). Popol Vuh. São Paulo: Iluminuras. p. 11-37.
BRUM, Eliane (2012a). Decretem nossa extinção e nos enterrem aqui. Época, 22 out. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/10/decretem-nossa-extincao-e-nos-enterrem-aqui.html. Acesso em: 23 out. 2012.
BRUM, Eliane (2012b). Sobrenome: Guarani Kaiowá. Época, 26 nov. Disponível em: <http://goo.gl/TMeMj>. Acesso em: 10 abr. 2013.
CANDIDO, Antonio (1981). Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: ltatiaia.
CANDIDO, Antonio (2004 [1998]). O direito à literatura. In: ______. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul; São Paulo: Duas Cidades, p. 169-191.
CASTELLO, José Aderaldo (1999). A literatura brasileira: origens e unidade. São Paulo: EDUSP.
CESARINO, Pedro de Niemeyer (2009). Os poetas. Folha de S. Paulo, São Paulo, 18 jan. Caderno Mais. Disponível em: <http://goo.gl/ZNzzhf>. Acesso em: 30 jan. 2013.
CHAMORRO, Gabriela (2008). Terra madura Yvi Araguyge: fundamento da palavra guarani. Dourados: UFGD.
COHN, Sergio (Org.) (2012). Poesia.br. Rio de Janeiro: Azougue.
CONSELHO/COMISSÃO DE ATY GUASU GUARANI E KAIOWÁ DO MS (2012). Carta Guarani Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay. Conselho Indigenista Missionário (website). Brasília: CNBB, 8 out. Disponível em: <http://goo.gl/GWZy2l>. Acesso em: 20 out. 2012.
COSTA LIMA, Luiz (2006). História. Ficção. Literatura. São Paulo: Companhia das Letras.
CUNHA, Manuela Carneiro da (2012). Ãndios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma.
DERRIDA, Jacques (2003). Maurice Blanchot est mort. Parages. Paris: Galilée, p. 267-300.
DIEGUES, Douglas (Org.) (2006). Kosmofonia Mbya-Guarani. São Paulo: Mendonça & Provazi.
FARIA, Francisco (2011). Notas sobre um percurso compartilhado. In: BAPTISTA, Josely Vianna. Roça barroca. São Paulo: Cosac Naify, p. 139-148.
FRANCHETTI, Paulo (2002). História literária: um gênero em crise. Revista Semear, Rio de Janeiro, n. 7, p. 247-264. Disponível em: <http://goo.gl/pH0A5k>. Acesso em: 22 jul. 2012.
GINSZBURG, Jaime (2012). Crítica em tempos de violência. São Paulo: EDUSP; FAPESP.
HECK, Egon (2012). Indígenas ameaçam morrer coletivamente caso ordem de despejo seja efetivada. Conselho Indigenista Missionário. Brasília: CNBB. Disponível em: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=6553. Acesso em: 9 nov. 2012.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA) (s.d.). Guarani Kaiowá. Povos indígenas no Brasil (website). [s.l.]: ISA. Disponível em: http://pib.socioambiental.org/pt/povo/guarani-kaiowa/554. Acesso em: 20 jan. 2013.
LIBRANDI-ROCHA, Marília (2012). Escutar a escrita: por uma teoria literária ameríndia. O Eixo e a Roda, v. 21, n. 2 (edição especial), p. 179-202.
LIDERANÇA Guarani Kaiowá denuncia ataque de pistoleiros ao tekoha Pyelito Kue. Conselho Missionário Indígena (Cimi), 1º mar. 2014. Disponível em: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=7389. Acesso em: 8 set. 2014.
MELIÁ, Bartolomeu (1990). A terra sem mal dos Guarani. Revista de Antropologia, São Paulo, v. 33, p. 33-46.
MELIÁ, Bartolomeu (2010). A história de um guarani é a história de suas palavras. Revista IHU Online, n. 331. Disponível em: http://www.ihuonline.unisinos.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3258&secao=331. Acesso em: 28 jan. 2013.
MONTEIRO, John Manuel (1992). Os Guarani e a história do Brasil meridional: séculos XVI-XVII. In: CUNHA, Manuela Carneiro da (Org.). Historia dos índios do Brasil. São Paulo: Fapesp; SMS; Companhia das Letras. p. 475-500.
MORAES, Anita M. R. de (2012). Da natureza à cultura: literatura e folclore no pensamento de Antonio Candido. In: BRASA CONFERENCE, 11, Champaign-Urbana. Anais… Disponível em: <http://goo.gl/6s1ZJy>. Acesso em: 22 fev. 2013.
MOTA, Juliana Grasiéli Bueno (2011). Territórios e territorialidades Guarani e Kaiowá: da territorialização precária na reserva indígena de Dourados à multiterritorialidade. Dissertação (Mestrado em Geografia) ”“ Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Dourados.
NATALI, Marcos Piason (2006). Além da literatura. Literatura e Sociedade, São Paulo, v. 9, p. 30-43.
OLIVIERI-GODET, Rita (2012).Traumas e travessias: a alteridade ameríndia e as fronteiras simbólicas da nação. Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, Brasília, n. 40, p. 63-79.
RISÉRIO, Antonio (1993). Textos e tribos: poéticas extraocidentais nos trópicos brasileiros. São Paulo: Imago.
RONCARI, Luiz (2002). Literatura brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. 2. ed. São Paulo: Edusp.
SÁ, Lúcia (2004). Rain Forest literatures: Amazonian texts and Latin American literature. University of Minnesota Press.
SCHEIBE, Fernando (2013). Ainda brasileira?: literatura, ensino e a comunidade fundada na ausência de comunidade. Sopro, n. 86. Disponível em: <http://goo.gl/0MHTYx>. Acesso em: 18 fev. 2013.
SILVA, Alexandra Barbosa da (2013). Relatório circunstanciado de identificação e delimitação da terra indígena Iguatemipegua I (Mbarakay e Pyelito). Resumo. Brasília: FUNAI. Disponível em: <http://goo.gl/jX52L>. Acesso em: 20 abr. 2013.
SPOSATI, Ruy (2013). Ainda estamos vivendo em um hectare de terra Conselho Indigenista Missionário (website). Brasília: CNBB. Disponível em: http://www.cimi.org.br/site/pt-br/?system=news&action=read&id=6698.
VALLIAS, André (2013). Totem. Folha de S. Paulo, 6 jan. Ilustríssima. Disponível em vídeo em: http://revistamododeusar.blogspot.com/2013/01/totem-2013-de-andre-mvallias.html. Acesso em: 27 mar. 2013.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (2002). A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac & Naify.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (2004). Perspectival anthropology and the method of the controled equivocation. Tipití, v. 2, n. 1, p. 3-12.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (2007). Entrevistas. Organização de Renato Sztutman. Rio de Janeiro: Azougue.
VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (2013). Somos todos eles: o poema onomatotêmico de André Vallias. Revista Modo de Usar, Rio de Janeiro, 14 jan. Disponível em: http://revistamododeusar.blogspot.com/2013/01/totem-2013-de-andre-vallias.html. Acesso em: 23 abril 2013.
WISNIK, José Miguel (2004). A gaia ciência: literatura e música popular no Brasil. In: WISNIK, José Miguel. Sem receita. São Paulo: Publifolha.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons de Atribuição-Não Comercial 4.0, o que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.