A impossibilidade de se dizer o indizível:

reflexões sobre o duplo na novela “O unicórnio”, de Hilda Hilst

Autores

  • Willian André Universidade Estadual de Londrina (UEL)

DOI:

https://doi.org/10.1590/S2316-40182014000100015

Resumo

O objetivo deste estudo é refletir sobre a manifestação do duplo na novela “O unicórnio”, de Hilda Hilst, como evidência da impossibilidade de se expressar aquilo que não pode ser expresso. Ecoando a experiência insólita de Gregor Samsa, a narradora dessa novela vê-se subitamente transformada em uma criatura desproporcional, absurda. Duplo da narradora, esse novo “eu” que ela se torna explicita a tortuosa relação, que percorre todo o texto, entre uma profunda necessidade de se compreender o mundo e um mundo que se fecha ríspido em seu silêncio, negando-se a ser compreendido. Interpretando o surgimento do duplo-unicórnio como marca principal dessa confrontação, esperamos esboçar, nas próximas linhas, algumas reflexões sobre os limites da linguagem diante do indizível.

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Referências

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Publicado

05/14/2014

Como Citar

André, W. (2014). A impossibilidade de se dizer o indizível:: reflexões sobre o duplo na novela “O unicórnio”, de Hilda Hilst. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (43), 263–276. https://doi.org/10.1590/S2316-40182014000100015