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“Mãe judia, 1964”, de Moacyr Scliar
DOI:
https://doi.org/10.1590/S2316-40182014000100006Resumo
Tentativas de cobrir responsabilidades dos crimes da ditadura e de alterar ou silenciar a força dos depoimentos de vítimas de violência continuam a se manifestar no Brasil contemporâneo. O propósito deste artigo é mostrar como o texto “Mãe judia, 1964”, de Moacyr Scliar, ilumina, sob a aparência de conto de aprendizagem e de monólogo de uma doente mental, uma prática violenta que, sem deixar marcas em suas vítimas, teve efeitos graves e duradouros na sociedade brasileira. O processo de normalização, através das armas da persuasão, da banalização e do silêncio, de um recente passado traumático, é mostrado aos leitores como reconhecível e por isso contrastável.
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