Estação Carandiru e o mundo construído pelas formas de nomeação

Autores

  • Maria Aparecida Silva Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000200003

Resumo

No contexto da emergência de narrativas literárias que tangenciam a crônica policial, observada no final dos anos de 1990, é publicado o romance Estação Carandiru, de Drauzio Varella. Inscrito no conjunto de textos cujos autores são estreantes em sua maioria e do qual fazem parte, ainda, as obras Cidade de Deus, de Paulo Lins, Pavilhão Nove, de Hosmany Ramos, e Capão Pecado, de Ferréz, dentre outras, o romance configura uma realidade urbana, contemporânea, realística por princípio e violenta segundo o senso comum que norteava a leitura de seus relatos. As histórias contadas, então, no formato romanesco, anteriormente, haviam circulado apenas enquanto fato jornalístico, tendo sido várias delas, posteriormente, adaptadas para o cinema. Este artigo propõe uma leitura do texto de Varella a partir das escolhas praticadas em seus processos de nomeação, os quais subsidiam a narração, consonante à configuração de narrador tradicional enunciada pelo filósofo Walter Benjamin. Quer, ainda, perscrutar os modos pelos quais o espaço, quase um personagem da história narrada, é construído pelo discurso nomeador, em sua escassez e excessos.

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Biografia do Autor

Maria Aparecida Silva Ribeiro

Doutora em letras e professora adjunta do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFS, Aracaju, SE, Brasil.

Referências

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VARELLA, Dráuzio (1999). Estação Carandiru. São Paulo: Companhia das Letras.

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Publicado

12/19/2013

Como Citar

Ribeiro, M. A. S. (2013). Estação Carandiru e o mundo construído pelas formas de nomeação. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (42), 47–63. https://doi.org/10.1590/S2316-40182013000200003