Representações interculturais de gênero no romance A república dos sonhos, de Nélida Piñon

Autores

  • Lúcia Osana Zolin

DOI:

https://doi.org/10.1590/S2316-40182012000200011

Resumo

O romance A república dos sonhos (1984), da escritora brasileira Nélida Piñon, empreende representações de gênero ambientadas, por um lado, em uma Galícia de inspiração medieval e de tradição oral, terra de peregrinações e de emigrantes. Por outro lado, as representações de gênero ambientadas no Brasil do século XX constituem um interessante painel da trajetória da emancipação da mulher, galgada a partir dos movimentos feministas. O romance, nesse sentido, integra o processo de implantação de vozes dissonantes em relação a ideologias dominantes como o patriarcalismo e o falogocentrismo, comumente representadas e reduplicadas na literatura canônica. Trata-se de inscrever, no lugar da tradicional identidade feminina, fixa e presa aos papéis de gênero, estabelecidos pelo pensamento patriarcal, a multiplicidade e a heterogeneidade, portanto, o descentramento de identidades, por meio da intersecção com múltiplas outras questões como raça, etnia, classe e orientação sexual. Fundamentando nossa investigação no feminismo crítico e, de modo geral, no pós-estruturalismo, nosso propósito é empreender uma discussão acerca do modo como a escritora, em diálogo com a tradição espanhola, representa identidades femininas, bem como, as relações de gênero nesse importante romance do século XX.

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Biografia do Autor

Lúcia Osana Zolin

Doutora e pós-doutora em letras e professora do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, Paraná, Brasil.

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Publicado

12/20/2012

Como Citar

Zolin, L. O. (2012). Representações interculturais de gênero no romance A república dos sonhos, de Nélida Piñon. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (40), 159–175. https://doi.org/10.1590/S2316-40182012000200011