A narrativa mediada e a permanência da tradição:

percurso de um anti-herói brasileiro

Autores

  • Luiz Gonzaga Motta Universidade de Brasília - UnB

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40183813

Resumo

O artigo relata um exercício de análise da narrativa da musica “Faroeste caboclo”, composição de Renato Russo. O exercício aplica livremente os procedimentos propostos pelo narratólogo russo Vladimir Propp em um produto típico da indústria cultural para compreender a narrativa de um anti-herói brasileiro contemporâneo. O primeiro objetivo é observar se a proposta de Propp ainda é válida como processo básico de interpretação semântica de um produto da indústria cultural (de natureza comercial, diferente dos contos infantis nos quais o autor russo se baseou). Um segundo objetivo, mais denso, verifica se essa narrativa mediada guarda alguma  identidade com o ciclo universal do herói e a natureza simbólica das narrativas tradicionais. Conclui que as narrativas mediadas não são menos autênticas: estão apenas ancoradas em novos suportes de comunicação. Permanecem como autênticos modelos dramáticos de experiência e de representação da vida.

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Biografia do Autor

Luiz Gonzaga Motta, Universidade de Brasília - UnB

Professor Titular da Universidade de Brasília (UnB). É Doutor pela University of Wisconsin com estágio de Pós-Doutorado na Universidade Autônoma de Barcelona.

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Publicado

04/05/2012

Como Citar

Motta, L. G. (2012). A narrativa mediada e a permanência da tradição:: percurso de um anti-herói brasileiro. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (38), 185–212. https://doi.org/10.1590/2316-40183813

Edição

Seção

Seção Tema Livre