Transformações do literário:

a politização do corpo e do desejo em Caio Fernando Abreu e Jaime Bayly

Autores

  • Anselmo Péres Alós Universidade Federal da Integração Latino-Americana - Unila

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018385

Resumo

A articulação de uma epistemologia queer permite pensar a textualidade como o lugar de encenação de uma ficção política que questiona os regimes heteronormativos do sexo e do gênero, e propõe uma estratégia de resistência baseada tanto nos corpos e nos prazeres quanto nas políticas de representação e reinvenção das masculinidades e das feminilidades. Busca-se evidenciar as contradições e impasses que emergem nos romances Onde andará Dulce Veiga (1990) e No se lo digas a nadie (1994), particularmente em relação a questões de raça, classe e gênero, bem como as potencialidades e os pontos problemáticos da poética queer como lugar de intervenção cultural, no qual são performativamente projetados novos arranjos de legibilidade social.

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Biografia do Autor

Anselmo Péres Alós, Universidade Federal da Integração Latino-Americana - Unila

Doutor em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor de Língua Portuguesa da Universidade Federalda Integração Latino-Americana (Unila, Foz do Iguaçu).

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Publicado

04/05/2012

Como Citar

Alós, A. P. (2012). Transformações do literário:: a politização do corpo e do desejo em Caio Fernando Abreu e Jaime Bayly. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (38), 73–96. https://doi.org/10.1590/2316-4018385

Edição

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Seção Temática