A ironia como projeto:

movimentos da narrativa de Cora Coralina no campo literário

Autores

  • Clovis Britto
  • Maria Eugênia Curado

Resumo

Pretende-se avaliar parte da trajetória, do projeto criador e a recepção da narrativa de Cora Coralina (1889-1985) utilizando o arcabouço teórico-metodológico elaborado por Pierre Bourdieu em sua sociologia da literatura. Cora Coralina teve uma trajetória peculiar: mulher, idosa e interiorana, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade e imprimiu uma série de reflexões e questionamentos no cenário literário brasileiro. Em sua inserção, utilizou algumas estratégias estilísticas e temáticas diferenciadas, com destaque para a ironia. Cora marcou o campo literário e se fez e ainda se faz ouvir como representante de uma das linhas de força da escrita de autoria feminina brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

A VITÓRIA de Cora. Revista Análise, nº. 6. Goiânia, maio 1894, pp. 10-2.

ASSIS, Machado. Dom Casmurro. São Paulo: Globo, 1997.

AZEVEDO, Francisco Ferreira dos Santos. Anuário histórico, geográfico e descritivo do estado de Goiás para o ano de 1910. Uberaba: Livraria Século XX, 1910.

BENETTI, Márcia. “A ironia como estratégia discursiva da Revista Veja”. Líbero, v. 20, 2007, pp. 14-26.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.

_____. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

_____. Razões práticas: sobre a teoria da ação. Capinas: Papirus, 1996.

_____. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.

BRITTO, Clovis Carvalho. “Escritora e escritura: o itinerário poético-Intelectual de Cora Coralina”. Anais Eletrônicos do XII Seminário Nacional e III Seminário Internacional Mulher e Literatura do GT Mulher e Literatura da ANPOLL. Ilhéus: UESC, 2007. CD-ROM.

CAMARGO, Goiandira Ortiz de. “Cora Coralina: uma poética para todas as vidas”, em DENÓFRIO, Darcy França e CAMARGO, Goiandira Ortiz (orgs.). Cora Coralina: celebração da volta. Goiânia: Cânone Editorial, 2006.

CORALINA, Cora. Estórias da Casa Velha da Ponte. 12ª. ed. São Paulo: Global, 2003.

DALCASTAGNÈ, Regina. “Vozes nas sombras: representação e legitimidade na narrativa contemporânea”, em _____ (org.). Ver e imaginar o outro: alteridade, desigualdade, violência na literatura brasileira contemporânea. São Paulo: Horizonte, 2008.

DENÓFRIO, Darcy França. “Retirando o véu de Ãsis: contribuição à s pesquisas sobre Cora Coralina”, em _____ e CAMARGO, Goiandira Ortiz (orgs.). Cora Coralina: celebração da volta. Goiânia: Cânone Editorial, 2006.

_____ (org). Os melhores poemas de Cora Coralina. São Paulo: Global, 2004.

DUARTE, Leila Parreira. Ironia e humor na literatura. Belo Horizonte: Editora PUC Minas; São Paulo: Alameda, 2006.

ELIAS, Norbert. A solidão dos moribundos: seguido de envelhecer e morrer. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

JORGE, Miguel. Conversa com Cora Coralina. Folha de Goyaz. Goiânia, 1968.

MARQUES, Oswaldino. “Cora-Vivenciadora”, em Coralina, Cora. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 7ª. ed. São Paulo: Global, 2001.

MUECKE, D. C. Ironia e irônico. São Paulo: Perspectiva, 1995.

PALOMARES, Eliana Regina. A narrativa de Cora Coralina em similitude com o conto popular. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Letras). Faculdade de Filosofia, Letras e Educação, Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2000.

RAMOS, Graça. Ironia à brasileira: o enunciado irônico em Machado de Assis, Oswald de Andrade e Mário Quintana. São Paulo: Paulicéia, 1997.

RAMOS, Marilúcia Mendes. “Representações da Cidade de Goiás na contística de Cora Coralina: sopros de vida na cidade de pedra”, em DENÓFRIO, Darcy França e CAMARGO, Goiandira Ortiz (orgs.). Cora Coralina: celebração da volta. Goiânia: Cânone Editorial, 2006.

TELES, Gilberto Mendonça. O conto brasileiro em Goiás. Goiânia: Departamento Estadual de Cultura, 1969.

TURIBA, Luís. “Cora contemporânea Coralina”. Jornal de Brasília. Brasília, 03 out. 1984.

VERAS, Dalila Teles. “A velha rapsoda”. Folha de São Paulo. São Paulo, 10 jun. 1984.

Downloads

Publicado

01/03/2011

Como Citar

Britto, C., & Curado, M. E. (2011). A ironia como projeto:: movimentos da narrativa de Cora Coralina no campo literário. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (34), 95–116. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9637

Edição

Seção

Seção Temática