Estado de exceção:

um novo paradigma da política?

Autores

  • João Camillo Penna

Resumo

O diagnóstico de uma nova configuração do espaço contemporâneo da política, cujo nome pode muito bem ser o de “estado de exceção”, a partir do exame de certos aspectos com que a política “social” vem sendo conduzida no Brasil e, de forma exemplar, em alguns países do mundo, leva a que se ampliem os termos da discussão a partir de cinco campos teóricos: o conceito de império na obra de Michael Hardt e Antonio Negri; o de soberania em Carl Schmitt; o de panoptismo e biopoder em Michel Foucault; o de trabalho imaterial em Karl Marx; e o de poder constituinte de Golbery do Couto e Silva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Ce qui reste d’Auschwitz. Lárchive et le témoin. Homo Sacer III. Trad. de Pierre Alfieri. Paris: Payot & Rivages, 1999.

______. Estado de exceção. Home Sacer, II, 1. Trad. de Iraci Poleti. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.

______.Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua I. Trad. de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2002.

ARANTES, Paulo Eduardo. “Estado de sítio”, em LOUREIRO, Isabel; LEITE, José Corrêa; CEVASCO, Maria Elisa (orgs.). O espírito de Porto Alegre. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

______. Extinção. São Paulo: Boitempo Editorial, 2007.

ARENDT, Hannh. Da revolução. Trad. de Fernando Dídimo Vieira. São Paulo: Ática, 1990.

ARISTÓTELES, Política. Lisboa: Vega, 1998.

AUTORES DIVERSOS. Letras de Liberdade. São Paulo: Madras Editora, 2000.

BENJAMIN, Walter. “Theses on the Philosophy of History”, em ______. Illuminations: essays and reflections. Trad. de Harry Zohn. Nova Iorque: Schoken Books, 1969.

CALDEIRA, Teresa Pires do Rio. “The paradox of police violence in democratic Brazil”, Ethnography, v. 3, n.º 3. Irvine-EUA, University of California/Universidade de São Paulo, 2002.

______. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo. São Paulo: Edusp/Editora 34, 2000.

COCCO, Giuseppe e HOPSTEIN, Graciela (orgs.). As multidões e o império. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

COGGIOLA, Osvaldo. Governos militares na América Latina: a era das ditaduras ”“ Chile, Argentina e Brasil. Luta armada e repressão. São Paulo: Contexto, 2001.

CRUZ NETO, Otávio; MOREIRA, Marcelo Rasga e SUCENA, Luiz Fernando Mazzei. Nem soldados nem inocentes: juventude e tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2001.

D’ARAUJO, Maria Celina e CASTRO, Celso (orgs.). Democracia e forças armadas no Cone Sul. Rio de Janeiro: FGV, 2000.

______e SOARES, Gláucio Ary Dillon (orgs.). Os anos de chumbo: a memória militar sobre a repressão. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1994.

______(orgs.). Visões do golpe: a memória militar sobre 1964. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.

______(orgs.). A volta aos quartéis: a memória militar sobre a abertura. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

DAVIS, Mike, Planeta favela. Trad. de Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo Editorial, 2006.

DELEUZE, Gilles. “Post-scriptum sobre as sociedades de controle”, em . Conversações. Trad. de Peter Pál Pelbart. Rio de Janeiro: Editora 34, 1992 [Primeira edição: 1996, primeira reimpressão].

DERRIDA, Jacques. Voyous. Paris: Galilée, 2003.

DOWDNEY, Luke. Crianças do tráfico: um estudo de caso de crianças em violência armada organizada no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2003.

DU RAP, André e ZENI, Bruno. Sobrevivente André du Rap (do Massacre do Carandiru). São Paulo: Labortexto Editorial, 2002.

FERRÉZ. Capão Pecado. 2ª ed. São Paulo: Labortexto Editorial, 2000.

______. Manual prático do ódio. São Paulo: Objetiva, 2003.

FICO, Carlos. Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a ditadura militar. Rio de Janeiro: Record, 2004.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. Trad. de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

______. História da sexualidade I: Vontade de saber. Trad. de Maria Theresa da Costa Albuquerque e J. A. Guilohn de Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 1977.

______. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. 6ª ed. Trad. de Lígia Vasalo. Petrópolis: Vozes, 1987.

GASPARI, Elio. As ilusões armadas: a ditadura envergonhada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

______. As ilusões armadas: a ditadura escancarada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.

______. O sacerdote e o feiticeiro: a ditadura derrotada. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.

______. O sacerdote e o feiticeiro: a ditadura encurralada. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

HARDT, Michael e NEGRI, Antonio. Império. 3ª ed. Trad. de Berilo Vargas. Rio de Janeiro: Record, 2001.

______. Multidão: guerra e democracia na Era do Império. Trad. de Clóvis Marques e Giuseppe Cocco. Rio de Janeiro: Record, 2005.

JOCENIR, Diário de um detento: o livro. São Paulo: Labortexto Editorial, 2001.

LAZZARATO, Maurizio e NEGRI, Antonio. Trabalho imaterial. Rio de Janeiro: DP&A, 2001.

LINS, Paulo. Cidade de deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

KUCINSKI, Bernardo. O fim da ditadura militar: O colapso do “milagre econômico”. A volta aos quartéis. A luta pela democracia. São Paulo: Contexto, 2001.

MALAGUTI-BATISTA, Vera. Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Revan, 2003.

MARX, Karl. Grundrisse: introduction to the critique of political economy. Trad. de Martin Nicolaus. Nova Iorque: Vintage Books, 1973.

MENDES, Luiz Alberto. Memórias de um sobrevivente. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MÉNDEZ, Juan E.; O’DONNELL, Guillermo; PINHEIRO, Paulo Sérgio (orgs.). Democracia, violência e injustiça: o não-estado de direito na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

MONTESQUIEU. L’esprit des lois, em . Oeuvres Complètes. Paris: Librairie Gallimard, 1951. v. 2.

NEGRI, Antonio. 5 lições sobre Império. Trad. de Alba Olmi. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

______. Marx Beyond Marx: lessons on the Grundrisse. Trad. de Harry Cleaver, Michael Ryan e Maurizio Viano. Nova Iorque: Autonomidia, 1991.

______. O poder constitutinte: ensaio sobre as alternativas da modernidade. Trad. de Adriano Pilatti. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

NEGRINI, Pedro Paulo. Enjaulado: o amargo relato de um condenado pelo sistema penal. São Paulo: Gryphus, 2002.

OLIVEIRA, Francisco. “Democratização e Republicanização do Estado”. Disponível em http://www.unifesp.br/assoc/adunifesp/others/chicooli.pdf.

PERALVA, Angelina. Violência e democracia: o paradoxo brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.

______ e ALMEIDA, Guilherme Assis. Violência urbana: Folha Explica. São Paulo: Publifolha, 2003.

PINHEIRO, Paulo Sérgio. “Autoritarismo e transição”. Revista USP, nº 9, mar.-abr.- maio 1991, pp. 45-54.

______. “Democratic Governance, Violence, and the (Un) rule of Law”. Daedalus: Journal of the American Academy of Arts and Sciences. Cambridge, Spring 2000, pp. 119-43.

PRADO, Antonio Carlos. Cela forte mulher. São Paulo: Labortexto, 2003.

PROUST, Françoise. “Fureurs”, em KINTZLER, Catherine e RIZK, Hadi (orgs.). La république de la terreur. Paris: Kimé, 1995.

RAMOS, Hosmany. Pavilhão 9: paixão e morte no Carandiru. São Paulo: Geração Editorial, 2001.

RANCIÈRE, Jacques. O desentendimento: política e filosofia. Trad. de Ângela Leite Lopes. São Paulo: Editora 34, 1996.

SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Razões da desordem. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

SCHMITT, Carl. Dictature. Trad. de Mira Köller e Dominique Séglard. Paris: Seuil, 2000.

______. Political Theology: four chapters on the concept of sovereignty. Trad. de George Schwab. Cambridge: MIT Press, 1985.

______. The concept of the political. Trad. de George Schwab. Chicago: The University of Chicago Press, 1996.

SILVA, Golbery do Couto e. Geopolítica e poder. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2003.

SOUZA, Percival de. O sindicato do crime: PCC e outros grupos. São Paulo: Ediouro, 2006.

STEPAN, Alfred. Os militares na política: a mudança de padrões na vida brasileira. Trad. de Ãtalo Tronca. Rio de Janeiro: Artenova, 1975.

TEIXEIRA, Ib. A violência sem retoque: a alarmante contabilidade da violência. Rio de Janeiro: UniverCidade, 2002.

VARELLA, Dráuzio. Estação Carandiru. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

WACQUANT, Loïc. As prisões da miséria. Trad. de André Telles. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.

______. Os condenados da cidade. Trad. de José Roberto Martins Filho. Rio de Janeiro: Revan/Observatório IPPUR/UFRJ, 2001.

______. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 2ª ed. Trad. de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia/Revan, 2003.

ZALUAR, Alba. Integração perversa: pobreza e tráfico de drogas. Rio de Janeiro: FGV, 2004.

______. “Violência e crime”, em MICELI, Sérgio (org.). O que ler na ciência social brasileira (1970-1995): Antropologia (volume 1). São Paulo: Sumaré, 1999.

______. Condomínio do diabo. Rio de Janeiro: Revan/UFRJ, 1994.

Downloads

Publicado

01/10/2011

Como Citar

Penna, J. C. (2011). Estado de exceção:: um novo paradigma da política?. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (29), 179–204. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9126

Edição

Seção

Seção Temática