O partido do inconsciente: por uma poesia selvagem, com Ana Estaregui
Palavras-chave:
inconsciente; poesia selvagem; poesia contemporânea em língua portuguesa; Ana EstareguiResumo
Junto a Jacques Lacan e Claude Lévi-Strauss, psicanálise e antropologia em diálogo, propõe-se, nesse ensaio, uma leitura da poesia de Ana Estaregui (2016/2022, 2022), como uma obra que toma partido do inconsciente na medida em que insiste em um pensamento selvagem. A aposta na força combinatória, nas alianças sensíveis entre palavras, na repetição como um para além da comunicação, faz-nos reconhecer o impulso próprio a uma escrita pautada por esse saber que não se sabe, a mover-se e a encadear-se automaticamente no discurso, ampliando as fontes do poema. Chamamos de direito ao retorno esse movimento que o verso faz em direção à natureza, ou seja, ao lugar onde o privilégio é do som e do ritmo, e não do sentido das palavras.
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Referências
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