As ambivalências da maternidade: uma análise da personagem Anna em Com armas sonolentas, de Carola Saavedra
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187301Palavras-chave:
maternidade; sujeito-mãe; literatura brasileira contemporânea.Resumo
É pelo corpo e pela sexualidade, tomados como aspectos que demarcam a negatividade e a inferioridade do sujeito feminino, que a mulher é oprimida e dominada. É nesse contexto que questões referentes à maternidade foram construídas sob os pilares do patriarcado, discurso que historicamente subjugou e silenciou o sujeito feminino. O fazer materno constituiu-se enquanto exercício de abnegação e entrega da mulher à sua prole, como a principal responsável pela ação de cuidar; há a certeza de que o amor de mãe é sentimento inato e inquestionável. Ainda, a realização da maternidade é entendida como fator de confirmação de feminilidade, sendo o não cumprimento desta a demarcação de um caráter desviante. Entretanto, na atualidade, vem-se revisando o status materno, de modo que se compreenda que a construção da mulher-mãe perpassa uma multiplicidade de experiências. Isto posto, o presente trabalho teve como objetivo refletir acerca da construção do sujeito-mãe na obra Com armas sonolentas, publicada em 2018, de autoria de Carola Saavedra. O estudo, que foca na maternidade da personagem Anna, aponta para a percepção de que a narrativa analisada apresenta uma maternidade que desconstrói os ideias reservados a essa instituição, desnudando, assim, as ambivalências e as múltiplas experiências que envolvem esse fazer. A discussão parte das contribuições teóricas de Nancy Chodorow (1978), Elizabeth Badinter (1985), Adrienne Rich (1986) e Orna Donath (2017).
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