Devir-terra na literatura de ficção visionária de Jota Mombaça
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-40187009Palavras-chave:
ficção visionária; literatura brasileira; minoria; devirResumo
Partimos do território contestado da literatura brasileira contemporânea (Dalcastagnè, 2012), caracterizado por um apagamento histórico de mulheres escritoras, principalmente mulheres negras, para abordar um agravante nessas discussões: a invisibilidade de escritoras trans, travestis e não binárias na contemporaneidade da literatura brasileira. Diante desse problema, o nosso objetivo é cartografar o devir-terra na literatura de ficção visionária de Jota Mombaça (2021). E, para isso, dividimos este artigo em três momentos. No primeiro, apresentamos o conceito “ficção visionária”, da escritora Walidah Imarisha (2016). No segundo, apresentamos o conceito “mundo ordenado”, da escritora Denise Ferreira da Silva (2019). E no terceiro momento, analisamos o movimento de transição à terra, da escritora Jota Mombaça, a partir de dois capítulos do livro Não vão nos matar agora (Mombaça, 2021). Essa análise está entrelaçada com o conceito de “devir”, no texto “A literatura e a vida” (Deleuze, 1997). Baseada nessas discussões, a nossa hipótese é que a literatura de ficção visionária de Jota Mombaça anuncia às minorias que virão uma revolução molecular, com vista à descolonização do mundo colonial, capitalista e neoliberal; o fim do mundo como conhecemos.
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