Alterocupar-se: obliquação e transicionalidade na experiência literária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018573

Palavras-chave:

obliquação, transicionalidade, experiência literária

Resumo

O artigo busca desenvolver a noção de obliquação e entender por que a experiência literária parece ser o seu lugar privilegiado, por meio de um movimento duplo, mas conjugado. Em primeiro lugar, trata-se de pensar, através de uma leitura transversal da teoria da enunciação, a obliquação como condição fundamental da reflexividade ”“ que seria, para fazer uso de um jogo de palavras, um reflexo à obliquação. Assim, se em seu curso sobre A hermenêutica do sujeito, Foucault se propunha realizar “uma analítica das formas da reflexividade, na medida em que são elas que constituem o sujeito como tal”, a nosso ver, tal exercício ainda precisa ser complementado por uma ontologia dos modos de obliquação, entre os quais está a experiência literária aqui analisada. Em segundo, levando isso ao paroxismo, tentaremos argumentar, fazendo um livre uso do conceito de objetos transicionais, que a obliquação precede e até mesmo possibilita a ocupação do próprio lugar, ou seja, de que há um privilégio ontológico da ficção, do outrar-se, sobre a própria subjetividade.

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Publicado

07/08/2019

Como Citar

Nodari, A. (2019). Alterocupar-se: obliquação e transicionalidade na experiência literária. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (57), 1–17. https://doi.org/10.1590/2316-4018573