Carta branca:

embates entre a voz emergente e a escrita circunscrita

Autores

  • Lívia Penedo Jacob Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40185311

Resumo

Neste artigo é traçado um panorama geral de um movimento literário contemporaneamente observado no Brasil, comumente identificado como literatura indígena. Inicialmente, levantam-se alguns questionamentos referentes a essa literatura a partir da leitura antropológica de Gell e Danto acerca das idiossincrasias da obra de arte indígena e das questões concernentes a sua recepção no Ocidente. Referencia-se, ainda, a aplicabilidade das considerações sobre a literatura indígena norte-americana empreendidas nos anos 1980 por Roemer. Por fim, a partir da análise de corpus composto por 13 obras indígenas brasileiras, apresentam-se suas principais características e realiza-se o levantamento de uma série de reflexões, ora pautadas nas teorias pregressas dos autores mencionados e, portanto, abrangentes, ora exclusivamente pertinentes à questão nacional. 

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Biografia do Autor

Lívia Penedo Jacob, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Doutoranda em Teoria da Literatura e Literatura Comparada na UERJ (2016-2020). Mestre em Linguística pela PUC Rio. Graduou-se e licenciou-se em Letras Português-Literaturas pela UERJ (2003-2007). Atualmente pesquisa Literatura Contemporânea com ênfase em pós-colonialismo e alteridades na literatura indígena e nos autores Bernardo Carvalho e Milton Hatoum.

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Publicado

12/27/2017

Como Citar

Jacob, L. P. (2017). Carta branca:: embates entre a voz emergente e a escrita circunscrita. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (53), 271–289. https://doi.org/10.1590/2316-40185311