Carolina Maria de Jesus e Arthur Bispo do Rosário:

uma poética de sucatas na construção da identidade artística

Autores

  • Raffaella Andréa Fernandez Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40185015

Resumo

Avessos a expressões que conviveram às margens do processo de modernização dos “anos dourados” brasileiro da primeira metade do século XX, Arthur Santo Bispo do Rosário (1910-1984) se desloca de Sergipe para o Rio de Janeiro e Carolina Maria de Jesus (1914-1977) de Minas Gerais para São Paulo. O artista plástico manteve-se imerso em linhas, trapos e diversos tipos de sucatas, enquanto a escritora debruçava-se sobre jornais, livros e cadernos, materiais miraculosamente selecionados e retirados das latas de lixo, entre outros resíduos que lhes serviam de substância ou suporte por excelência a seus procedimentos criativos. Ambos produziram e cultivaram suas poéticas de sucatas como mecanismo de inserção, reafirmação e eclosão em um mundo excludente. Esses artistas expressam procedimentos artísticos criativos e de potência equivalente a dos movimentos artísticos modernos e pós-modernos, assumindo em suas criações o rompimento e a colisão com os sistemas linguístico e visual ao incorporar a arte ao lixo, ao descartável, à sucata.

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Publicado

01/28/2017

Como Citar

Fernandez, R. A. (2017). Carolina Maria de Jesus e Arthur Bispo do Rosário:: uma poética de sucatas na construção da identidade artística. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (50), 221–236. https://doi.org/10.1590/2316-40185015

Edição

Seção

Seção Temática