Resistência e empoderamento na literatura urbana carioca
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018499Resumo
No estado do Rio de Janeiro, a ocupação do espaço público por coletivos de arte e cultura tem trazido inovadoras contribuições à s linguagens artísticas. Trocas, hibridismos, experimentações de manifestações culturais variadas encontram nas ruas e praças um lugar de acolhimento. Este artigo tratará de uma forma de ocupação, a Roda Cultural, que, indo além da função de levar arte para o espaço público, propicia a produção de uma expressão literária singular ”“ as rimas das ruas. No entanto, dado que o espaço público é regulado e disputado por segmentos diversos, a ocupação geralmente é marcada por tensões, as quais, por longo tempo, paralisavam os atores da arte de rua, que não acreditavam na possibilidade de uma negociação com os poderes públicos. Entretanto, com o acirramento da repressão e a necessidade cada vez maior de outras formas de lazer e cultura públicos, os agentes envolvidos nesta cena vêm envidando esforços no sentido de uma articulação com os órgãos responsáveis pelo ordenamento urbano, e estes, por sua vez, têm buscado promover alguns movimentos de maior visibilidade, como forma de terem suas políticas de cultura chanceladas pela “rua”. A arte de rua descobre, a custo, que dialogar e instrumentalizar-se para lidar com a coisa pública é também uma forma de resistência.
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