A árvore Carolina Maria de Jesus:

uma literatura vista de longe

Autores

  • Gilmar Penteado Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-4018492

Resumo

Este artigo discute a literatura produzida por empregadas domésticas, catadores de lixo, prostitutas, meninos de rua, usuários de droga, internos de instituições para menores, detentos, quase todos trazendo a herança da dificuldade de acesso à educação formal. Antes personagens de escritores cultos de classe média que, num determinado momento histórico, tornaram-se autores dos próprios relatos. Nossa suposição é que esse momento ocorreu com Carolina Maria de Jesus, autora do best-seller Quarto de despejo. Mas como o sucesso não se repetiu em seus outros livros, ela foi tratada como um fenômeno isolado, difícil de repetir-se. Franco Moretti, crítico mordaz ao velho vício de se prender a singularidades, abre um novo caminho com sua obra A literatura vista de longe. Desde Carolina surgiu um grande número de autores que precisa ser estudado, quantificado, tabulado, com gráficos, mapas e árvores evolutivas, ou seja, as armas do crítico italiano. A partir dele, o artigo vislumbra uma ramificação que nasce em Carolina. O problema é a dificuldade em conseguir dados quantitativos, principal matéria-prima de Moretti, o que nos exige uma garimpagem que tem de começar o mais rápido possível. 

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Publicado

10/31/2016

Como Citar

Penteado, G. (2016). A árvore Carolina Maria de Jesus:: uma literatura vista de longe. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (49), 19–32. https://doi.org/10.1590/2316-4018492