O que os fortes queriam?

Uma análise de O que é isso, companheiro? e Os carbonários

Autores

  • Ricardo Lísias Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.1590/2316-40184812

Resumo

O artigo analisa a constituição do narrador de dois livros de memória publicados no final da última ditadura militar brasileira ”“ O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira, e Os carbonários, de Alfredo Sirkis ”“, procurando observar a maneira com que ambos transmitiam a ideologia de pacificação que marcou a fase de transição. Os dois livros fizeram um enorme sucesso assim que foram lançados, seus autores cumpriram trajetórias políticas muito parecidas e seus textos podem ser, assim, considerados paradigmáticos de um discurso que aos poucos tomou conta do Brasil e teve diversas consequências para a reconstrução das instituições nacionais. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ADORNO, Theodor W. (2003). Experiência e criação artística. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70.

ARONOWITZ, Stanley (1991). Pós-modernismo e política. Tradução de Cristina Cavalcanti. In: HOLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Pós-modernismo e política. Rio de Janeiro: Rocco, p. 151-175.

BENJAMIM, Walther (1994). O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIM, Walther. Magia e técnica, arte e política. Tradução de Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, p. 197-221.

GABEIRA, Fernando (1979a). O que é isso, companheiro? Rio de Janeiro: Codecri.

GABEIRA, Fernando (1979b). Carta sobre a anistia. Rio de Janeiro: Codecri.

GABEIRA, Fernando (1981). Entradas e bandeiras. Rio de Janeiro: Codecri.

GABEIRA, Fernando; Daniel Cohn Bendit (1985). Nós que amávamos tanto a revolução. Rio de Janeiro: Rocco.

JAMESON, Fredric (1992). Periodizando os anos 60. Tradução de Cézar Brittes e Maria Luiza Borges. In: HOLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Pós-modernismo e política. Rio de Janeiro: Rocco, p. 81-126.

LEITE, Paulo Moreira (1997). O que foi aquilo, companheiro? In: REIS FILHO, Daniel Aarão et al. Versões e ficções: o sequestro da história. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, p. 51-60.

MACEDO, Lucíola Freitas de (2015). O testemunho, entre o poético e o político. Cult, São Paulo, n. 199, mar.

MEYER, Emilio Peluso Neder; SILVA FILHO, José Carlos Moreira da (2014). O engodo de uma “teoria dos dois demônios” Ã brasileira. Consultor Jurídico, São Paulo, 28 dez. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2014-dez-28/engodo-teoria-dois-demonios-brasileira>. Acesso em: 22 jul. 2015.

RICOEUR, Paul (2007). A memória, a história, o esquecimento. Tradução Alain François et al. Campinas: Editora da Unicamp.

RIDENTI, Marcelo et al. (1997). Versões e ficções: o sequestro da história. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.

SARLO, Beatriz (2007). Tempo passado: cultura da memória e guinada subjetiva. Tradução de Rosa Freire d”ŸAguiar. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Editora UFMG.

SEBALD, Winfried Georg (2011). Guerra aérea e literatura. Tradução de Carlos Abbenseth e Frederico Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras.

SELIGMANN-SILVA, Márcio (2008). Narrar o trauma: a questão dos testemunhos de catástrofes históricas. Psicologia clínica, Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 65-82.

SIRKIS, Alfredo (2008). Os Carbonários. Rio de Janeiro: Bestbolso.

Downloads

Publicado

05/27/2016

Como Citar

Lísias, R. (2016). O que os fortes queriam? Uma análise de O que é isso, companheiro? e Os carbonários. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (48), 229–246. https://doi.org/10.1590/2316-40184812

Edição

Seção

Seção Tema Livre