“Gente-grande”:
denúncia da pequenez dos adultos
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018467Resumo
O presente artigo analisa o processo de representação instituído no conto Gente-grande”, de Domingos Pellegrini, a partir da concepção de que o texto literário é o resultado de uma reflexão crítica do autor diante da realidade e um trabalho de exploração dos recursos da linguagem, atividades que encontram seu correlato na ação do leitor. A estrutura comunicacional em “Gente-grande” e suas estratégias narrativas induzem o leitor a compartilhar do drama das personagens infantis, gerado pela conflituosa separação dos pais; paralelamente, o conto mobiliza-o a identificar situações análogas no contexto contemporâneo, ao mesmo tempo em que o instiga a enfocar os elementos composicionais que instalam a articulação entre ficção e realidade. Na visão integradora que daí resulta, sobressai a imagem da criança estupefata diante da inconsequência dos adultos e se manifesta a denúncia da violação da harmonia familiar, a que a infância tem direito. Nesse sentido, o conto de Domingos Pellegrini exerce a função formadora da arte, visto que atua sobre o leitor, sensibilizando-o em face dos dramas humanos, particularmente o das crianças.
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Referências
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