Escrevendo-se na cidade:
Exu e o Guia afetivo da periferia, de Marcus Vinicius Faustini
DOI:
https://doi.org/10.1590/2316-4018452Resumo
No texto de prefácio ao livro inaugural de Faustini, Luiz Eduardo Soares diz que: “O movimento do texto de Faustini é sinuoso como suas trajetórias urbanas, e tortuoso como seu percurso existencial.” Essa afirmação abre perspectivas bastante provocantes sobre a concepção fenomenológica presente no texto dessa narrativa inaugural de Faustini. Neste trabalho procuramos analisar como Faustini constrói um narrador/ator que, em vez de escrever a cidade, inscreve-se nesta, contrapondo, com esse movimento performativo, a tendência comum de dividir o espaço urbano em centro x periferia, cidade x favela, asfalto x morro. Valendo-me da mitologia das religiões afro-brasileiras, analiso como o narrador/ator do Guia afetivo da periferia incorpora características do Orixá Exu e consubstancia uma fenomenologia da cidade.
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