Húmus: eco-linguagens na época do colapso

Autores

  • Teresa Moure Universidade de Santiago de Compostela - Galiza

Palavras-chave:

Ecologia. Húmus. Cuidado.

Resumo

Durante anos, trabalhar em Ecolinguística era uma excentricidade. Frequentemente, colegas instalados em campos mais tradicionais ironizavam: estávamos a sucumbir perante uma moda. A perspetiva talvez tenha mudado porque hoje a Ecologia suscita maior interesse. Dizem que foi uma rapariga chamada Greta Thunberg quem modificou a agenda. Em 2018, com quinze anos, provocava uma incipiente organização da juventude para chamar a atenção dos governos sobre os efeitos da mudança climática. Obviamente, o movimento verde estava presente dantes, mas discorria fora de foco, em paralelo, com um ar transgressor que o afastava da normalidade. Na nossa época o colapso começa a assomar as orelhas: quando a emergência climática parecia um dos problemas mais urgentes da humanidade e o peak oil anunciava o fim da carbonização da economia, uma epidemia veio bater no nosso modo de vida. Entretanto, os pensamentos ecológicos não só têm problemas para chegar ao público, mas também acusaram as suas diferenças. Neste ponto faz sentido propor uma análise ontológica comprometida com a alteridade e a diversidade. Tentaremos aproximar-nos das diferentes óticas do pensamento ecológico e dos seus discursos a enunciar o conceito de Húmus. A partir de uma análise comparativa entre diversas cosmovisões linguísticas no planeta, talvez seja possível rebaixarmos a nossa arrogância antropocêntrica, a que causou o desastre ecológico em que nos mergulhamos.

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Biografia do Autor

Teresa Moure, Universidade de Santiago de Compostela - Galiza

Professora titular de Linguística Geral na Universidade de Santiago de Compostela, onde mora, Teresa Moure publicou romance, ensaio, relato, teatro e poesia, que foram distinguidos com múltiplos prémios e traduzidos para sete idiomas. Em 2013 publicou na imprensa um artigo sobre a sua decisão de escrever, doravante, na forma ortográfica internacional da sua língua. A partir desse momento publicou Eu violei o lobo feroz (poesia, Através, 2013), Politicamente incorreta (ensaio, Através, 2014), Uma mãe tão punk (romance, Chiado, 2014), Ostrácia (romance, Através, 2015), Um elefante no armário (romance, Através, 2018), Linguística-ECO. O estudo das línguas no antropoceno (ensaio, Através, 2019), Sopas New Campbell (Cuarto de invierno, 2020), A tribo que conserva o lume (romance, Através, 2020), para além de participar nos volumes coletivos Bolcheviques 1917-2017 (ensaio, Através, 2016), Abadessa, oí dizer (relato, Através. 2017). Em 2007 foi distinguida com o prémio Acuorum por Águas livres e com o prémio Manuel Murguía por A semântica oculta de Mrs. Hockett. A crítica salienta o seu estilo colorido e uma ótica atenta aos problemas sociais e políticos, dentro de parâmetros alternativos e inconformistas.

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Publicado

2023-02-11

Como Citar

Teresa Moure. (2023). Húmus: eco-linguagens na época do colapso. Ecolinguística: Revista Brasileira De Ecologia E Linguagem (ECO-REBEL), 9(1), 74–84. Recuperado de https://periodicos.unb.br/index.php/erbel/article/view/47132

Edição

Seção

Artigos