Cultura alimentar: a linguagem da fé e a relação entre alimento divindade e Umbanda
Palavras-chave:
alimento. Cultura. Umbanda. Religiosidade. Ritual.Resumo
O idioma alimentar é um veículo de autorrepresentação e transmite valores simbólicos, mediando trocas culturais. Já que comer a comida dos outros é teoricamente mais fácil que entender sua língua, a cozinha seria a porta de entrada para contaminações culturais. A entrega de alimentos para divindades é uma prática antiga da humanidade. A comida passa a ser um discurso com vocabulário, morfologia, sintaxe e retórica próprios de cada cultura sob a forma de preparo, serviço e consumo. As culturas indígenas, africanas e europeias mostram através de seus alimentos e comidas a importância cultural que os tipos identitários formadores da Umbanda trouxeram para a sociedade que circunda os terreiros. A Umbanda é uma religião genuinamente brasileira, e com isto, miscigenada em sua formação como o próprio povo brasileiro. Fruto de uma mistura de rituais, sua cultura alimentar não poderia passar despercebida. O objetivo deste trabalho é identificar, analisar e refletir sobre a linguagem que revelam os alimentos na Umbanda em relação aos Orixás e guias. Para tanto, a metodologia empregada é a etnografia complementada com a revisão bibliográfica sobre mitologia ameríndio-afro-brasileira e estudos sobre a composição dos alimentos e seu valor nutricional. Como resultado, apresentaremos hipóteses de como o espiritual e o divino (ecologia sociocultural) influenciam o corpo físico (natureza) e comportamento religioso (psique) a partir dos sentidos e significados produzidos pelo amalá.
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