Teatro coral platônico na República
DOI:
https://doi.org/10.26512/dramaturgias29.59424Palavras-chave:
Teatro coral, Platão, PerformanceResumo
Neste artigo, exploro certos aspectos do envolvimento de Platão com performances de canto e dança como práticas teatrais. Como sabemos, os teatros gregos apresentavam espetáculos de canto e dança que não se limitavam ao drama. Por exemplo, o teatro de Dionísio apresentava performances ditirâmbicas, um gênero essencialmente lírico. Aqui, usarei o termo “teatro” principalmente como uma profunda estrutura cultural que divide e, ao mesmo tempo, conecta as funções de ver e ser visto; em outras palavras, assumirei que o conceito e a função do theatron são operativos mesmo quando o teatro como um local construído está ausente. Minha tese geral é que Platão tem uma estratégia dupla em relação ao theatron, o que tem consequências importantes para a maneira como ele lida com performances de canto e dança. Por um lado, ele ataca explícita ou implicitamente sua cultura teatral contemporânea. Por outro lado, porém, ele próprio encena espetáculos bastante estranhos que evocam performances de canto e dança, ao mesmo tempo, também estabelece expectativas recepcionais bastante peculiares. Em todos esses casos, ao elaborar o teatro como uma estrutura profunda, ele altera completamente as formas de participação teatral de sua época por meio de fantasias que lembram vagamente a cultura teatral contemporânea e, ao mesmo tempo, estão em desacordo com ela.
Vou me concentrar em um desses casos de espetáculo estranho de canto e dança, o do décimo livro da República. Mais especificamente, refiro-me à seção do mito de Er que se estende entre 614a e 617d e discutirei as partes que, a meu ver, são absolutamente relevantes para o que chamo de “teatro coral” de Platão.
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